Guia Essencial para Mergulhos Seguros e Férias sem Sustos

Guia Essencial para Mergulhos Seguros e Férias sem Sustos

Imagine por um momento: está numa praia lindíssima, o sol brilha, a água convida… e de repente, um mergulho que parecia inofensivo transforma-se num pesadelo. Infelizmente, isto acontece mais vezes do que gostaríamos, especialmente durante as férias de verão.

Os mergulhos são um dos grandes prazeres dos dias de praia e piscina, mas quando correm mal, podem causar lesões muito graves na coluna e na medula espinal. E aqui não estamos a falar de um joelho arranhado – estamos a falar de ferimentos que podem mudar uma vida para sempre.

 

🧠 O que se passa no nosso corpo?

A espinal medula é como uma superautoestrada de informação que liga o cérebro ao resto do corpo. Está bem protegida dentro da coluna vertebral, mas quando há um impacto muito forte – como bater com a cabeça no fundo da piscina – esta “autoestrada” pode ficar danificada.

Quando isto acontece, as mensagens entre o cérebro e o corpo podem ser interrompidas. Nos casos mais ligeiros, pode haver apenas uma sensação estranha ou fraqueza. Nos mais graves, pode resultar em paralisia ou até situações fatais.

Mesmo quando não há danos neurológicos permanentes, o tratamento pode ser complicado: cirurgias de emergência, longos períodos de repouso, colares cervicais… Coisas que ninguém quer nas férias!

 

🏊‍♂️ As regras de ouro para mergulhar em segurança

Profundidade é tudo!

  • Regra simples: a água deve ter pelo menos duas vezes a altura da pessoa
  • Águas rasas = perigo máximo, seja na praia ou na piscina

Olhos bem abertos para obstáculos

Antes de mergulhar, deve-se fazer sempre o “reconhecimento do terreno” à procura de rochas escondidas debaixo de água, bancos de areia que mudaram de lugar e troncos que podem ter aparecido, por exemplo.
Se não conseguir ver o fundo claramente, não mergulhe!

A altura faz toda a diferença

Quanto mais alto se mergulhar, mais fundo se vai e mais água é precisa para parar em segurança. É física básica: mais velocidade = mais profundidade necessária.

A posição importa mesmo muito

  • Mergulhos de cabeça: são os mais perigosos de todos
  • Na praia: nunca mergulhar de cabeça perto da rebentação, entrar sempre a andar
  • Na piscina: manter-se longe das paredes
  • Evitar: mergulhos de costas e mergulhos em corrida

Escolher bem o local

  • Praias e piscinas com vigilância = ✅
  • Tanques de rega, canais ou reservatórios = ❌
  • Locais mal iluminados = ❌
  • Se houver sinalização a proibir mergulhos, é porque há uma razão!

Álcool e água não combinam

Esta é séria: uma grande parte dos acidentes de mergulho acontece quando as pessoas beberam álcool. O álcool afeta o nosso julgamento e reflexos, tornando qualquer atividade aquática muito mais perigosa.

 

🚨 Sinais de alarme de que alguma coisa correu mal

É caso de emergência se depois de um mergulho notar alguns destes sinais:

  • Fraqueza súbita ou perda de força
  • Formigueiros estranhos ou incapacidade de mexer braços/pernas
  • Perda do controlo da bexiga ou intestinos
  • Desmaio ou confusão
  • Dificuldade em respirar

 

🆘 Como agir em caso de acidente

Passo 1: Ligar 112 imediatamente
Passo 2: NÃO mexer a pessoa – qualquer movimento pode piorar tudo
Passo 3: Manter a calma e aguardar os profissionais

 

💡 Não esquecer!

Os acidentes de mergulho são especialmente comuns entre crianças e adolescentes durante a época balnear. Porquê? Porque nesta idade se tende a ser mais impulsivo e a subestimar os riscos.

Qual é a solução?

  • Falar sobre estes riscos desde cedo, de forma clara, mas sem dramatizar
  • Supervisionar sempre os mais novos perto da água
  • Dar o exemplo – os adultos também devem seguir estas regras!

 

🌊Importante!

Um segundo de distração pode custar uma vida inteira, mas com precauções simples, pode-se continuar a desfrutar da água com toda a segurança.

Férias felizes são férias seguras! 🌞🏖️

 

Fonte:
Newsletter Luz saúde

 

“Estou Aqui” – Um programa para descansar as famílias

“Estou Aqui” – Um programa para descansar as famílias

O Programa “Estou Aqui” é uma iniciativa da Polícia de Segurança Pública, com o apoio do Governo e de diversas entidades, para ajudar crianças, jovens ou adultos perdidos a reencontrar os seus familiares.

Este programa subdivide-se nas iniciativas “Estou Aqui Crianças”, para crianças e jovens, e “Estou Aqui Adultos”, para adultos em diversas situações de vulnerabilidade.

A iniciativa “Estou Aqui Crianças” tem como público-alvo crianças e jovens entre os 2 e os 15 anos e materializa-se numa pulseira com um código alfanumérico e uma indicação para ligar 112. O portador da pulseira está identificado com o referido código e, caso se perca dos seus familiares, pode recorrer a um adulto. Este adulto pode contactar o 112, que solicitará o código da pulseira e o local onde se encontra. A Polícia de Segurança Pública contacta a família de imediato e desloca-se ao local, para garantir um reencontro seguro. Assim, a criança não precisa de facultar quaisquer dados pessoais ou familiares com desconhecidos. A pulseira pode ser solicitada por pais ou tutores em qualquer esquadra da PSP, ou na página na Internet do programa e tem a validade de um ano civil, passado o qual deve ser feito novo registo.

A iniciativa “Estou Aqui Adultos” tem igual teor e forma de funcionamento, mas com um foco nos adultos em diversas situações de vulnerabilidade e que possam sofrer alguma desorientação ao circularem na via pública. O pedido pode ser feito pelo próprio adulto, por um cuidador ou instituição em qualquer esquadra da PSP, ou na página do programa na Internet. A pulseira, neste caso, tem a validade de dois anos, findos os quais deve feita nova inscrição.

Estas pulseiras não são dispositivos de emergência médica nem possuem localizadores GPS ou outro sistema de localização, tendo apenas o código alfanumérico que serve de identificação do portador da pulseira.

Quaisquer informações sobre este programa ou sobre o registo em qualquer uma das suas vertentes podem ser encontradas em https://estouaqui.mai.gov.pt

Por Nuno Campos
PIC

O Código Secreto dos Emojis

O Código Secreto dos Emojis

Nos últimos anos, as redes sociais tornaram-se uma extensão da vida social dos adolescentes. Com esta realidade, surgem novos desafios e perigos, entre eles o cyberbullying que adquire formas cada vez mais sofisticadas. Um exemplo preocupante é o uso de emojis como linguagem codificada, uma prática que ganhou visibilidade após a série Adolescence da Netflix.

A Linguagem Codificada

O que parece uma simples carinha sorridente ou um símbolo inofensivo pode esconder significados obscuros quando usado por certos grupos. Esta codificação serve a propósitos específicos:

  • Evitar a deteção por filtros automáticos das plataformas
  • Dificultar a interpretação por adultos e educadores
  • Criar ambiguidade intencional (“era só uma brincadeira”)
  • Estabelecer barreiras de exclusão, isolando potenciais vítimas

Como explica a Dra. Margarida Gaspar de Matos, psicóloga especialista em comportamentos juvenis e professora na Universidade de Lisboa, “os adolescentes sempre procuraram formas de comunicação privada entre pares. O que mudou foi a escala e o potencial impacto dessas comunicações no ambiente digital.”

Inspiração em Conteúdos Mediáticos

Séries como Adolescence ou Euphoria, apesar do seu valor artístico, acabam por mostrar comportamentos de risco que podem ser imitados. Estas produções, embora pretendam alertar para os perigos, por vezes acabam servindo de manual para práticas nocivas. Personagens que usam códigos secretos para partilhar conteúdo impróprio ou para intimidar colegas tornam-se involuntariamente modelos a seguir.

O Dr. Pedro Strecht, pedopsiquiatra português de referência, alerta: “Os adolescentes absorvem referências mediáticas com grande intensidade e, muitas vezes, sem filtros críticos adequados, o que os torna particularmente vulneráveis à normalização de comportamentos tóxicos.”

Globalização dos Comportamentos Online e o Contexto Português

As tendências nas redes sociais são predominantemente globais. As mesmas plataformas — Instagram, TikTok, WhatsApp — são usadas em todo o mundo, e as estratégias comunicativas rapidamente se propagam e adaptam localmente. No entanto, é importante notar que o significado dos emojis pode variar significativamente dependendo do contexto específico, podendo existir códigos próprios até ao nível de pequenos grupos de amigos.

Em Portugal, organismos como a APAV (Associação Portuguesa de Apoio à Vítima), a PSP através do Programa Escola Segura, e projetos como o Internet Segura têm registado um aumento preocupante de casos de cyberbullying.

A Dra. Ivone Patrão, psicóloga especialista em dependências online do ISPA, refere que “a pandemia acelerou significativamente o tempo de exposição dos jovens às redes sociais, criando terreno fértil para comportamentos de risco, incluindo o cyberbullying por meio de códigos cada vez mais elaborados.”

Como Identificar e Proteger?

É fundamental que educadores e familiares estejam alertas para mudanças de comportamento nos adolescentes, como:

  • Relutância em mostrar as suas conversas online
  • Mudanças súbitas de humor após usar dispositivos eletrónicos
  • Abandono de atividades que antes apreciavam
  • Uso excessivo ou secreto das redes sociais

Em caso de suspeita, o diálogo aberto e não acusatório é essencial. Recursos como os “dicionários de emojis” disponíveis online podem ajudar a descodificar possíveis mensagens problemáticas, embora seja necessário cuidado para não interpretar erradamente comunicações inofensivas.

A prevenção passa pela literacia digital, pela manutenção de canais de comunicação abertos com os adolescentes e pela sensibilização constante sobre os perigos das redes sociais, adaptando as mensagens à realidade em constante evolução dos ambientes digitais.