by Andreia e João Leite | Jul 24, 2025
Tem sido habitual, de há alguns anos a esta parte, os nossos rapazes passarem uma semana de férias com os avós.
Acho que não é preciso enumerar todas as vantagens desta semana fora, sendo que, obviamente, a maior de todas é nós termos uma semana sem eles, claro!
Fora de brincadeiras… dizer que é uma bênção o que os nossos filhos têm, é dizer muito pouco. Felizmente, têm crescido com a presença de quatro avós, que são, de todas as formas possíveis, a personificação de um amor maior. O avô Valentim e a avó Lurdes – pais da Andreia, e o avô Jaime e a avó Maria João – pais do João – são a personificação da certeza de que há sempre espaço para mais um (até para os amigos dos netos), há sempre um lanche à espera quando se chega, há sempre um abraço apertado ou um carinho mais demorado, há sempre uma dormida de última hora, há sempre a disponibilidade que, às vezes, por motivos vários, os pais não têm. Há sempre!
A bênção de crescer com esta presença é dos nossos filhos e nossa. Podemos ver os nossos pais rejuvenescer. Explico…
Além dos nossos três rapazes, existem mais três crianças muito importantes na nossa família e muito relevantes nesta equação dos avós. Os primos! Ora, quando o avô Valentim foi avô pela primeira vez, da prima mais velha, estava nos seus belos 60 anos e se há memória bem gravada dessa altura, é de o ver de joelhos pelo chão de casa, na brincadeira com a neta, quando tinha começado a gatinhar.
Talvez possamos então voltar um bocadinho à nossa infância, e rever os nossos pais a brincar, a cobrirem-se farinha porque estão a ajudar mãozinhas pequeninas a estender a massa das bolachas, a darem mergulhos de piscina ou de mar como já não faziam há anos, a rirem a bandeiras despregadas com uma tontice qualquer que uma das pestes fez ou disse… Serem colo. Serem abraço. Serem mimo. Serem memórias essenciais, felizes, duradouras e estruturantes.
Mas os avós também são ralhete, e às vezes sério, quando é preciso.
No fundo, queremos apenas dizer que somos verdadeiramente abençoados e agradecidos por esta presença constante e por podermos ser pais assim, vendo os nossos pais serem avós.
Viva os avós!!! Essa instituição que devia ser eterna.
by Júlia Costa | Jul 23, 2025
No passado dia 10, o Vaticano divulgou a mensagem do Papa Leão XIV para a celebração do 5.º Dia Mundial dos Avós e dos Idosos, que se irá assinalar nas paróquias e comunidades de todo o mundo no dia 27 de julho. A mensagem tem como tema: “Bem-aventurado aquele que não perdeu a esperança” (cf. Sir 14,2), refletindo sobre o papel da esperança como fonte de alegria constante em todas as fases da vida. O Papa destaca que, ao longo dos anos, a esperança amadurece transformando-se numa verdadeira bem-aventurança.
Na sua mensagem, o Papa faz referência a várias figuras bíblicas de idade avançada que foram fundamentais para os planos divinos, lembremos: Abraão e Sara, Isabel e Zacarias, Jacó — que, já muito velho, abençoa os netos — além de Moisés e Nicodemos. O Pontífice ressalta que a compreensão do mundo e da Igreja depende da ligação entre gerações. Segundo ele, o contacto com os idosos mostra-nos que a história vai para além do presente, não se limitando a breves encontros, mas projetando-se para o futuro. “A fragilidade dos idosos precisa do vigor dos jovens”, reflete o Santo Padre, “e a inexperiência dos jovens precisa do testemunho dos idosos para projetar o futuro com sabedoria”.
Leão XIV lembra com carinho o papel dos avós, que são muitas vezes modelos de fé, de dedicação, de responsabilidade, de cidadania e de força perante as dificuldades. O Papa afirma que jamais será suficiente o nosso reconhecimento e a gratidão pelo precioso legado transmitido pelos mais velhos com amor e esperança.
Leia a mensagem completa em:
https://www.vatican.va/content/leo-xiv/pt/messages/grandparents/documents/20250626-messaggio-nonni-anziani.html
by Júlia Costa | Jul 21, 2025
Sou filha única. Sou mãe de uma filha única. Sou avó de três netos porque, segundo a minha filha, a família estava a ficar muito pequena!
Tinha trinta e oito anos quando nasceu o meu primeiro neto, trinta e nove quando nasceu o segundo e quarenta e seis quando nasceu a terceira. Admito que, atualmente, não é muito comum encontrarmos avós com essa idade e, por esse motivo, fui muitas vezes confundida como sendo a mãe das criancinhas, o que não deixa de ser bastante divertido em certas ocasiões – ficarão para sempre na minha memória as carinhas dos meus netos na caixa do supermercado, ou nas lojas, quando lhes diziam para ajudarem a mamã com os sacos das compras: “Não é a nossa mãe, é a nossa avó!”; ou quando alguns coleguinhas na escola perguntavam: “É a vossa mãe?” e eles, muito indignados, respondiam: “Claro que não, é a avó!”
Ter netos é uma das experiências mais gratificantes que a vida me ofereceu, os meus netos são uma dádiva, uma graça, uma bênção dos Céus. Porquê?…
Quando pensamos em netos, vêm-nos logo à cabeça sorrisos inocentes, olhares curiosos, uma energia contagiante. Os netos renovam a esperança e trazem uma nova luz à vida.
Ter netos é como receber presentes todos os dias, é poder reviver momentos da nossa própria infância e deixarmo-nos encantar com as descobertas que eles vão fazendo do mundo. Cada abraço ou ataque de riso partilhados serão lembranças preciosas que ficarão guardadas na memória e no coração. É maravilhoso vê-los crescer, aprender, desenvolver, e sentir que está ali algo nosso, esculpido pelo nosso amor, pelo tempo que lhes dedicamos a orientar e a dar apoio.
A convivência com os netos ensina-nos a paciência, a compreensão e a alegria. Os netos lembram-nos constantemente a importância de aproveitar o tempo presente, de valorizar as pequenas coisas e de manter viva a criança que existe dentro de cada um de nós. Além disso, os netos têm o poder de unir as famílias, criando laços através de momentos e lugares que se tornam inesquecíveis.
Ter netos promove a troca de experiências. São os netos que nos “forçam” a voltar a desenvolver a criatividade: criamos jogos, histórias e brincadeiras que nos libertam da rotina diária e que, simultaneamente, nos proporcionam ver o mundo através dos seus olhares de admiração e espanto, renovando-nos a esperança.
Para os avós, os netos são como que uma continuidade, uma ligação com o futuro, são a oportunidade de se poderem sentir a prolongar no tempo através do amor, dos valores, dos hábitos e das lembranças que com eles foram construindo. A relação entre avós e netos faz sentir que, mesmo que os anos passem, mesmo que os netos se agigantem e os avós vão minguando, há um espaço só deles, ocupado por essa relação, que fica para sempre.
Ser avó de três netos tem sido, sem dúvida, uma jornada de amor, de paciência e de dedicação, um desafio que exige cabeça e coração abertos e que é, acima de tudo, poder experimentar a doçura de um amor ternura.
Sobre este “n” ficará sempre algo por dizer, é impossível explicar completamente o que se sente profundamente.
Publicado inicialmente a 4/6/2025
em https://setemargens.com
by Sofia e Paulo | Jul 3, 2025
É tão bom quando temos a valiosa oportunidade de ter connosco os nossos pais a ajudarem no crescimento dos nossos filhos!
Na nossa família, a presença dos avós nas suas vidas sempre foi mais do que simples apoio logístico. O amor que dedicam aos seus netos é imenso e ajuda-os (também) na formação da sua personalidade (pela regulação de atitudes e comportamentos sob olhar atento e vigilante), nas experiências diferentes que lhes proporcionaram (seja uma sessão de croché, acompanhar “com as mãos na massa” as vindimas na terra, ensinar a andar de bicicleta, a rezar uma oração tradicional na família, ler uma história ou a jogar crapô, fazer pão, plantar searinhas para o Natal, montar uma pista ou jogar futebol) e que (também) os modelou enquanto pessoas.
O Papa Francisco disse, a 26 de julho de 2024, que teve “a graça de crescer numa família onde a fé se vivia de forma simples e concreta, mas foi sobretudo a minha avó, mãe do meu pai, que marcou o meu caminho de fé”. E conta como a avó Rosa lhe anunciou que Jesus vive, que ressuscitou.
Também na nossa vida a avó Leopoldina e a avó Laura tiveram uma presença especial. Talvez por terem ficado por mais tempo connosco. E a avó Floripes, o avô Gouveia, o avô Rosado, o avô Aníbal igualmente nos ajudaram a crescer. E essas nossas vivências puderam moldar-nos enquanto pessoas, e depois enquanto pais, para proporcionarmos aos nossos filhos esse tempo de avôs e avós tão importante. Não é só “passar férias” com os avós: é acolher os netos e partilhar com eles momentos inesquecíveis que eles guardarão no coração para sempre. Tal como nós guardamos dos nossos. Sabemos que o Santiago, a Verónica e o Mateus guardam memórias valiosas sobre o avô Acácio, a avó Augusta, o avô Fernando e a avó Lígia. E esse enriquecimento afetivo proporcionado pelos avós estrutura (também) emocionalmente.
“Na velhice, não me abandones” (Sl 71,9), era o tema do Dia Mundial dos Avós no ano passado. Este ano, a 4 de fevereiro de 2025, o Papa Francisco anunciou que a Igreja Católica celebra no dia 27 de julho (domingo), a frase bíblica “Bem-aventurado aquele que não perdeu a esperança”.
“No Ano Jubilar, o Dia [Mundial dos Avós e dos Idosos] pretende ser uma oportunidade para refletir sobre a forma como a presença dos avós e dos idosos se pode tornar um sinal de esperança em cada família e comunidade eclesial”, informou o Vaticano, em comunicado.
O Papa Francisco escolheu como tema para o V Dia Mundial dos Avós e dos Idosos uma frase do livro bíblico do Eclesiástico: – “Bem-aventurado aquele que não perdeu a esperança” (cf. Sir 14, 2).
“Estas palavras exprimem a bem-aventurança dos idosos e indicam na esperança depositada no Senhor o caminho para uma velhice cristã e reconciliada”, acrescenta o comunicado publicado na sala de imprensa da Santa Sé.
O Dicastério para os Leigos, a Família e a Vida renova o convite do Papa Francisco para “todos” celebrarem o Dia Mundial dos Avós e dos Idosos 2025 “em cada diocese” e dedicar as celebrações desse domingo, dia 27 de julho, “aos idosos, promovendo visitas e oportunidades de encontro entre gerações”.
O Papa Francisco anunciou a instituição do Dia Mundial dos Avós e dos Idosos, em 2021, iniciativa anual a ser realizada no quarto domingo de julho, junto da celebração litúrgica de São Joaquim e Santa Ana (26 de julho).
“Os avós, tantas vezes, são esquecidos e esquecemos esta riqueza de cuidar das raízes e transmiti-las”, referiu Francisco, no dia 31 de janeiro de 2021. (https://agencia.ecclesia.pt/portal/vaticano-papa-escolheu-tema-para-o-dia-mundial-dos-avos-e-dos-idosos-2025-ligado-a-esperanca/)
Celebremos!