A vida é dom. Com tempos de festa e horas de combate.
As principais batalhas, sabemo-lo, travam-se dentro de nós.
Acontece que, muitas vezes, evitamos ou adiamos a luta:
é mais fácil embarcar na aventura de ’sair’ para mudar o mundo,
do que decidirmo-nos a ‘entrar’ e mudarmo-nos a nós mesmos.
Porém, o futuro começa a sonhar-se e a desenhar-se dentro de nós.
Se nos perdermos de nós próprios, perderemos o futuro.
Por isso, somos convocados a ser ‘sentinelas de nós’, a perguntar:
o que mora em ti, coração, com que cores estás pintado?
Como gostar de alguém, quando não se gosta de si mesmo?
Como bendizer a paz, quando se mata com a tagarelice?
Como pressentir a Esperança, quando se está atafulhado de trevas?
Como exigir tanto rigor, quando se é tão pouco ou quase nada?
Como gerar comunhão, quando se deixa o egoísmo ser ‘o senhor’?
Como viver sereno, quando se está infetado pelo vírus da inveja?
Como erguer a ‘cidade’, quando se vê um inimigo em cada esquina?
Como tecer uma comunidade, quando nunca se está?
Um mundo mais ‘humano’ forja-se com humanos mais ‘humanos’.
É uma obra interior. Que procede do amor, não de normas e leis.
Para os que, como eu, se sentem frágeis guardiões de si mesmos,
ter Jesus como parceiro, ouvir o que Ele tem para dizer,
fortalece a segurança e intensifica o zelo na custódia do coração,
o nosso Lugar mais sagrado.
Como é contigo?
Cuidar de si, para ser capaz de cuidar dos outros.
Ganhar-se para si, para poder ganhar-se para todos.
Ser guarda de si, para saber ser guarda de todo o Universo.
In Palavra de Deus, Palavras do homem