No passado dia 20 de julho, assinalou-se o Dia Internacional do Xadrez.
O xadrez para mim, além de um jogo, é uma peça de arte, uma peça de decoração, que sempre esteve presente na minha vida, na sala da minha casa.
De madeira, de pedra, de ferro, temático, não interessa, é sempre um prazer jogar ou ver jogar. É um jogo composto por um tabuleiro dividido em 64 casas iguais, umas brancas, outras escuras, e por 16 peças, Rainha, Rei, 2 Bispos, 2 Cavalos, 2 Torres e 8 Peões.
Historicamente, crê-se que o xadrez foi criado no século VI por um Sacerdote na Índia que o deu a conhecer a um Monarca que estava a desleixar o governo do seu reino devido a uma depressão causada pela morte do seu filho. Este Sacerdote indicou este jogo como cura e conforto espiritual. O Monarca ficou tão agradecido que decidiu oferecer-lhe uma recompensa. O Sacerdote pediu apenas um grão de trigo para a primeira casa, dois para a segunda casa, quatro para a terceira e na sequência o dobro de cada uma para as seguintes, ao que o Monarca acedeu. Existindo 64 casas, o número de grãos atingiu um valor tal, que não era possível entregar todo esse trigo sem prejudicar a sua população.
Com o passar dos séculos, o xadrez atual sofreu várias evoluções até chegar ao que é hoje. No século XIX passou a ser considerado um desporto.
Aprendi a jogar com 7 anos com o meu irmão e tentei passar o “bichinho” aos meus filhos. Tanto um, como outro, aprenderam e jogam habitualmente, entre eles, comigo ou com um familiar que também ajudou ao crescimento deles, não só nesta modalidade, mas também como homens.
O xadrez é um jogo que, para além da lógica e da estratégia, implica uma concentração e uma habilidade de pensar para além do momento presente, algo que nos dias de hoje implica saber abstrair-se do facilitismo de que os jovens usufruem visando o seu desenvolvimento intelectual. Naturalmente que o xadrez é também um jogo que se joga no computador, cada vez mais, e com tutoriais dos grandes Mestres, que oferecem um maior conhecimento do próprio jogo.
À medida que os anos se passaram e, com novos gostos, novas atividades para realizar e outras responsabilidades, para além da falta de tempo, o Henrique foi aquele que continuou mais ligado ao jogo, quer com os amigos, quer com Padrinho. Neste momento falar de Xadrez é recordar o meu filho Henrique, que será sempre o meu pequeno rebelde como uma simpatia e inteligência que, por vezes, o não levaram a tomar as melhores decisões.
No momento atual, os jovens, e quando falo dos jovens incluo o meu filho neles, têm uma tendência a achar que as atitudes e os comportamentos não têm consequências e vivem para o momento.
Talvez o xadrez, que se trata de um jogo em que não é só o primeiro momento que conta, mas também os seguintes, possa mostrar que toda a nossa vida é feita de várias jogadas, que nos darão ou não a vitória no futuro.
Por Sandra Ferreira