by Paroquia da Amadora | Out 18, 2025
Como interpretar esta parábola? Onde é que Jesus quer chegar? A explicação vem logo a seguir. Jesus pede aos seus ouvintes que façam um esforço e que comparem o juiz injusto com Deus: “Escutai o que diz o juiz iníquo! E Deus não havia de fazer justiça aos seus eleitos, que por Ele clamam dia e noite, e iria fazê-los esperar muito tempo? Eu vos digo que lhes fará justiça bem depressa”. É claro que Jesus não está a dizer que Deus é, como o juiz da parábola, alguém prepotente e injusto. Está a garantir-nos que Deus não fica indiferente às nossas súplicas: se até um juiz sem coração é capaz, apesar da sua relutância, de atender os pedidos de uma viúva sem poder nem influência, Deus – que é justo, que tem coração, que defende sempre os pobres e débeis, que ama os seus filhos com amor de pai e de mãe – não será capaz de escutar o que Lhe dizemos e não fará tudo para corresponder aos pedidos que Lhe fazemos?
In site dos Dehonianos
by Paróquia da Amadora | Out 18, 2025
1.ª LEITURA: Ex 17, 8-13
SALMO: 120 (121), 1-8
REF.: O nosso auxílio vem do Senhor, que fez o céu e a terra.
2.ª LEITURA: 2 Tim 3, 14 – 4, 2
EVANGELHO: Lc 18, 1-8
by Paroquia da Amadora | Set 27, 2025
A história do rico e do pobre Lázaro poderá ser vista como uma parábola sobre o nosso mundo. Há gente que vive comodamente instalada numa sociedade de bem-estar, cercada de luxo e de abundância, com hábitos consumistas e com preocupações fúteis, cuja vida é uma festa interminável e um esbanjamento sem medida. E há gente – muita, muita gente – sem recursos e sem futuro, abandonada nas bermas do caminho que a humanidade percorre, afundada na miséria mais sombria, que vive privada de pão, de instrução, de cuidados médicos, de dignidade e de amor. Podemos arranjar mil e uma razões para justificar este estado de coisas; podemos inventar todas as culpas e desculpas que quisermos para explicar este quadro. Mas tratar-se-á sempre de um escândalo intolerável, que subverte completamente o projeto de vida que Deus tem para os seus queridos filhos. Jesus di-lo claramente na história que contou a caminho de Jerusalém e que o Evangelho deste domingo nos traz: Deus não concorda, de forma nenhuma, que o mundo seja construído desta forma; Deus não pode aceitar que um quarto da humanidade açambarque oitenta por cento dos recursos que Ele pôs à disposição de todos e que três quartos da humanidade tenham de viver com os vinte por cento restantes. E nós, aceitamos? Podemos viver tranquilos sabendo que em tantos lugares do nosso mundo há pessoas que não têm o necessário para viver? Que podemos fazer?
In site dos Dehonianos
by Paroquia da Amadora | Set 20, 2025
O que é que dá sentido à nossa vida? Quais são as coisas das quais não podemos absolutamente prescindir? Quais são as apostas que priorizamos? Será boa ideia apostarmos todos os nossos esforços na procura de bens materiais? Há gente para quem o dinheiro é a prioridade fundamental; há gente que acredita que o dinheiro lhe pode proporcionar bem-estar, segurança, poder, importância, influência; há gente que considera que o dinheiro lhe facilitará a vida e lhe assegurará uma felicidade sem estorvos. Jesus, no entanto, tem outra perspetiva das coisas. Ele considera que, quando se trata de dar sentido à vida, há valores mais seguros, mais importantes, mais duradouros do que o dinheiro. Jesus acha que “fazer amigos” é bem mais importante do que ter contas bancárias recheadas; estabelecer pontes de diálogo e entendimento é mais compensador do que viver fechado num mundo pessoal de bem-estar e de autossuficiência; partilhar o que temos com os nossos irmãos necessitados traz-nos mais felicidade do que a acumulação egoísta da riqueza. Para Jesus, os valores do Reino de Deus – o amor, a fraternidade, a solidariedade, a generosidade, a partilha, o serviço, o cuidado, a simplicidade, a humildade – é que são os valores que nos completam, que nos realizam, e que devem sustentar o edifício da nossa vida. O que pensamos disto? Concordamos com Jesus?
Na “instrução” que o Evangelho de hoje nos traz, Jesus diz aos discípulos: “nenhum servo pode servir a dois senhores, porque, ou não gosta de um deles e estima o outro, ou se dedica a um e despreza o outro. Não podeis servir a Deus e ao dinheiro”. É uma advertência muito grave. Jesus não estará a exagerar? Será verdade que o dinheiro nos incompatibiliza com Deus? A verdade é que o dinheiro é um “senhor” extremamente exigente, que toma conta de nós, que nos absorve completamente e que não nos deixa grande espaço de manobra. Se o permitirmos, ele pode tornar-se o dono absoluto das nossas vidas e obrigar-nos a colocar em segundo plano todas as nossas outras referências: Deus, a família, os amigos, a nossa dignidade, a nossa liberdade, a nossa consciência, os nossos princípios mais sagrados. O dinheiro promete-nos horizontes ilimitados, êxitos inequívocos, felicidade sem fim; mas, fatalmente, acaba por nos dececionar e por nos deixar mergulhados no vazio e na desilusão. Talvez toda esta “prevenção” nos pareça excessiva; mas não conhecemos tantos casos, à nossa volta, de gente que colocou toda a sua esperança e segurança no dinheiro e que acabou por perder as coisas mais belas da vida? Que papel e que lugar ocupa o dinheiro na nossa vida?
In site dos Dehonianos
by Paroquia da Amadora | Set 13, 2025
João é o evangelista abismado na contemplação do amor de um Deus que não hesitou em enviar ao mundo o seu Filho, o seu único Filho, para apresentar aos homens uma proposta de felicidade plena, de vida definitiva; e Jesus, o Filho, cumprindo o mandato do Pai, fez da sua vida um dom, até à morte na cruz, para mostrar aos homens o “caminho” da vida eterna… O Evangelho que escutamos na Festa da Exaltação da Santa Cruz convida-nos a contemplar, com João, esta incrível história de amor e a espantar-nos com o peso que nós – seres limitados e finitos, pequenos grãos de pó na imensidão das galáxias – adquirimos nos esquemas, nos projetos e no coração de Deus. Temos consciência desse amor, estamos gratos por esse amor, aceitamos que esse amor nos indique o caminho que devemos percorrer e a forma como devemos viver?
O amor de Deus traduz-se na oferta ao homem de Vida plena e definitiva. É uma oferta gratuita, incondicional, absoluta, válida para sempre e que não discrimina ninguém. Aos homens – dotados de liberdade e de capacidade de opção – compete decidir se aceitam ou se rejeitam o dom de Deus. Às vezes, os homens acusam Deus pelas guerras, pelas injustiças, pelas arbitrariedades que trazem sofrimento e que pintam as paredes do mundo com a cor do desespero… Mas o texto evangélico que hoje escutamos é claro: Deus ama cada pessoa e a todos oferece a vida. O sofrimento e a morte não vêm de Deus, mas são o resultado das escolhas erradas feitas pelo ser humano que se obstina na autossuficiência e que prescinde dos dons de Deus. Temos consciência de que alguns dos males do nosso mundo poderão resultar do nosso egoísmo, do nosso orgulho, do nosso comodismo, dos nossos preconceitos, da nossa recusa em ouvir Deus e em seguir os caminhos que Ele nos aponta? O que é que precisamos de mudar, nas nossas vidas, para sermos sinais e arautos do amor de Deus?
In site dos Dehonianos
by Paroquia da Amadora | Ago 24, 2025
Como devemos viver para que a nossa vida não seja perdida? No caminho para Jerusalém, Jesus deixa a sua resposta: “Esforçai-vos por entrar pela porta estreita”. Talvez esta frase dita assim, sem explicações, nos pareça estranha e enigmática. Contudo, o Evangelho de Jesus, no seu conjunto, explica-a bastante bem: “entrar pela porta estreita” é não viver de forma irresponsável, sem agarrar a vida e sem se comprometer; é recusar a mediocridade, a acomodação, a alienação; é não ceder ao facilitismo, à tentação do bem-estar, aos valores que não têm qualquer valor; é não viver exclusivamente voltado para os próprios interesses pessoais, alheado dos problemas do mundo e da sorte dos irmãos; é não se conformar com uma vida oca, de meias tintas, indolor, sem metas elevadas; é não confiar em falsas seguranças vindas do dinheiro ou de uma religião vazia e ritualista; é fazer-se pequeno, simples, humilde, servo, capaz de amar até ao dom total de si próprio… Como é que estamos a construir a nossa vida? Confundimos “felicidade” com “facilidade”? Apostamos na “porta estreita”, que implica esforço, renúncia, sacrifício, coerência, risco, luta, compromisso, ou procuramos a “porta larga” da facilidade, da superficialidade, do bem-estar, da popularidade, do êxito efémero, de tudo aquilo que não exige muito mas também não sacia a nossa fome e a nossa sede de vida verdadeira?
A parábola do banquete em que a porta se fechou, impedindo a entrada daqueles que chegaram tarde e a más horas, não é sobre a intransigência de Deus para com os seus filhos que às vezes se equivocam na escolha das prioridades; mas é um veemente apelo a que não nos deixemos adormecer numa vida fácil e acomodada, negligenciando as oportunidades que nos são dadas para construirmos uma vida com sentido. A nossa passagem pela terra é efémera. Tem um tempo que rapidamente se esgota. Se, no tempo que nos é dado, formos apostando tudo em coisas rasteiras e fúteis, não conseguiremos ter espaço para as coisas decisivas, as que dão sentido a tudo. Sem darmos conta, o tempo que temos à nossa disposição esvazia-se, a porta fecha-se e acabamos por não viver verdadeiramente. Como gastamos o tempo que Deus nos concede? Apostamos em escolhas que nos realizam? Procuramos a cada instante encher de sentido a nossa vida, esforçando-nos por concretizar o projeto que Deus tem para nós?
In site dos Dehonianos