Estamos disponíveis para acolher o Espírito?

Estamos disponíveis para acolher o Espírito?

O Espírito Santo é o grande dom que Jesus ressuscitado faz à comunidade dos discípulos. Ele é o sopro de Vida que nos recria e que nos transforma, a cada instante, em pessoas novas. Sem o Espírito, seremos barro inerte e não imagem viva de Deus; sem o Espírito, ficaremos paralisados pelos nossos medos e pelos nossos comodismos, incapazes
de ter uma atitude construtiva e transformadora; sem o Espírito, ficaremos instalados no ceticismo e na desilusão, sem a audácia profética que transforma o mundo; sem o Espírito, esconder-nos-emos atrás de leis, de rituais, de doutrinas, e não passaremos de funcionários medíocres de uma religião sem alma e sem amor; sem o Espírito recairemos continuamente nos esquemas velhos e nos hábitos velhos, incapazes de nos deixarmos questionar pelos desafios sempre novos de Deus; sem o Espírito, ficaremos cada vez mais fechados dentro das paredes dos nossos templos, incapazes de ir ao encontro do mundo e de lhe levar a proposta de Jesus. Sem o Espírito, nunca teremos a coragem para continuar no mundo a obra de Jesus. No entanto, o Espírito só atua em nós se estivermos disponíveis para o acolher. Ele não se impõe nem desrespeita a nossa liberdade. Estamos disponíveis para acolher o Espírito? O nosso coração está aberto aos desafios que o Espírito constantemente nos lança?

In site dos Dehonianos

A missão que Jesus confiou aos discípulos é uma missão universal

A missão que Jesus confiou aos discípulos é uma missão universal

A partida de Jesus, a sua entrada definitiva no mistério do Pai, marca uma etapa nova na história da salvação. Nesse dia começa o tempo da Igreja, o tempo em que a responsabilidade de testemunhar a salvação de Deus fica nas mãos dos discípulos de Jesus. Eles acolheram o convite de Jesus, dispuseram-se a segui-l’O, ouviram as suas palavras, viram os seus gestos, aprenderam as suas lições, foram formados na sua “escola”. Conhecem o projeto de Jesus e adotaram-no como projeto de vida. É altura de se mostrarem adultos e responsáveis na vivência da fé. Não podem continuar “à boleia” de Jesus, à espera que Jesus faça tudo. Compete-lhes agora continuarem no mundo, com alegria, criatividade e compromisso, a obra libertadora e salvadora de Jesus. Sentimos esta responsabilidade? Somos capazes de vencer os nossos medos e as nossas hesitações, a nossa preguiça e o nosso comodismo, para nos assumirmos como testemunhas coerentes e comprometidas de Jesus e do seu projeto?

No Evangelho segundo Marcos Jesus define a missão dos discípulos como pregar o Evangelho, combater o mal que oprime os homens, curar os doentes e dar Vida a todos aqueles que sofrem. É a mesma tarefa que Jesus cumpriu, por mandato do Pai. O nosso anúncio é uma “boa notícia” que liberta do medo e que acende a esperança? Anunciamos e testemunhamos o amor misericordioso de Deus? Estamos empenhados em combater a injustiça, a violência, o egoísmo, a indiferença, tudo aquilo que gera escravidão e opressão? Os doentes, os prisioneiros, os que a todo o momento veem pisados os seus direitos e a sua dignidade, os que vivem ignorados e abandonados, os que são privados do acesso à saúde e à educação, os que são “marcados” e excluídos por serem “diferentes”, podem contar com a nossa solidariedade ativa, com o nosso amor, com o nosso esforço para lhes levar Vida?

A missão que Jesus confiou aos discípulos é uma missão universal: as fronteiras, as raças, as diferenças culturais, as diferenças ideológicas, as diferenças de estatuto social, as marcas da vida, os “acidentes” pessoais que tornam cada pessoa única e diferente, não podem ser obstáculos para a presença da proposta libertadora de Jesus no mundo. Temos consciência de que Jesus nos envia a todas as pessoas, independentemente daquilo que as torna diferentes, “estranhas”, singulares? Nas nossas comunidades cristãs há lugar para todos, sejam quais forem as situações de vida ou as feridas que cada um carrega?

In site dos Dehonianos

Deus é Amor!

Deus é Amor!

A primeira grande certeza que fica para os discípulos na sequência do que Jesus lhes disse naquela memorável ceia de despedida é que eles não vão andar sozinhos na sua marcha pela história. Jesus acompanhá-los-á em cada pedaço do caminho, sustentando-os com o seu amor, com a sua presença amiga, com as suas palavras luminosas e reconfortantes. Não é fácil para nós, homens e mulheres do séc. XXI, fazermos caminho carregando às costas o fardo pesado dos desafios e dos obstáculos que o nosso tempo nos traz; não é fácil, num contexto hostil e crítico, sentirmo-nos um “pequeno rebanho”, sem influência e sem poder, ignorados pelo mundo e aparentemente incapazes de mudar o rumo da história… Mas há uma coisa que não podemos esquecer: Jesus caminha ao nosso lado, dando-nos coragem e esperança, lutando connosco para vencer as forças da opressão, da injustiça, da violência e da morte. Sentimos que Jesus, vivo e ressuscitado, nos acompanha no caminho e alimenta a nossa esperança? Sentimo-nos pessoalmente ligados a Ele e alimentados pelo seu amor?

“É este o meu mandamento: que vos ameis uns aos outros, como Eu vos amei” – disse Jesus aos discípulos ao despedir-se deles. Jesus deu testemunho do amor de Deus em cada gesto que fez e diante de cada homem ou mulher que com Ele se cruzou; por amor aos seus irmãos, Jesus lutou contra tudo aquilo que os fazia sofrer e os impedia de ter Vida; por amor a todos os homens e mulheres de ontem, de hoje e de amanhã, Jesus deu a vida até à última gota de sangue… Ele amou “até ao extremo”, numa doação total. Quem é “de Jesus” é convidado a viver do mesmo jeito, amando e doando a própria vida como Ele fez. É isto que fazemos, é assim que vivemos? Os homens e as mulheres que se cruzam connosco na estrada da vida veem brilhar em nós o amor de Jesus? As nossas comunidades, nascidas do amor de Jesus, são, realmente, cartazes vivos que anunciam e testemunham o amor, ou são espaços de conflito, de divisão, de luta pelos próprios interesses, de realização de projetos egoístas? As pessoas feridas e magoadas que se aproximam das nossas comunidades cristãs são acolhidas com o amor que aprendemos de Jesus, ou são tratadas com indiferença e arrogância?

In site dos Dehonianos

«Eu sou a verdadeira vide»

«Eu sou a verdadeira vide»

Como é que o discípulo se mantém unido a Jesus? O discípulo “permanece” em Jesus se continua a escutar as suas palavras, a acolhê-las no coração, a pautar a sua vida por elas; o discípulo “permanece” em Jesus se continua a “ver” os gestos que Ele fazia e a desenhar, a partir deles, a sua maneira de viver; o discípulo “permanece” em Jesus se não perde Jesus de vista e caminha atrás d’Ele, numa adesão todos os dias renovada. Há, no Quarto Evangelho, uma afirmação de Jesus, feita no “discurso do Pão da Vida”, que pode iluminar o sentido do “permanecer” unido a Jesus: “Quem realmente come a minha carne e bebe o meu sangue permanece em Mim e Eu nele” (Jo 6,56). A “carne” de Jesus é a sua vida, o “sangue” de Jesus é a sua entrega por amor até à morte. Assim, “comer a carne e beber o sangue” de Jesus é assimilar a Sua existência, feita serviço e entrega por amor, até ao dom total de si mesmo; é acolher a sua proposta de vida e comprometer-se com uma existência feita entrega a Deus e aos irmãos, até à doação completa da vida por amor. Na eucaristia comemos a carne e bebemos o sangue de Jesus: é a celebração, sempre renovada, da nossa comunhão e do nosso compromisso com Jesus, que se traduz em compromisso com o seu estilo de vida.

In site dos Dehonianos

O nosso “Pastor” é, de facto, Cristo?

O nosso “Pastor” é, de facto, Cristo?

O Evangelho deste domingo diz-nos que, para o cristão, o “Pastor” por excelência é Jesus. É n’Ele que devemos confiar, é à volta d’Ele que nos devemos juntar, são as suas indicações e propostas que devemos seguir. O nosso “Pastor” é, de facto, Cristo, ou temos outros “pastores” que nos arrastam e que são as referências fundamentais à volta das quais construímos a nossa existência? Quem é que nos dita os caminhos em que andamos e os valores em que apostamos: Jesus Cristo? O patrão que nos paga o salário? O presidente do nosso partido político ou da nossa equipa desportiva? Um qualquer líder da moda ou um qualquer “influencer”? O herói mais bonito da telenovela? A conta bancária? O comodismo e a instalação? O êxito e o triunfo profissional a qualquer custo?

In site dos Dehonianos

Qual é o centro vital das nossas comunidades cristãs?

Qual é o centro vital das nossas comunidades cristãs?

Jesus ressuscitou verdadeiramente, ou a ressurreição é fruto da imaginação dos discípulos? Como é possível ter a certeza da ressurreição? Como encontrar Jesus ressuscitado? Lucas diz-nos que nós, como os primeiros discípulos, temos de percorrer o nem sempre claro caminho da fé, até chegarmos à certeza da ressurreição. Não se chega lá através de deduções lógicas, de construções de carácter intelectual ou de teorias vagas e etéreas; mas chega-se à descoberta de Jesus ressuscitado quando se faz a experiência de um verdadeiro encontro com Ele e se sente a sua presença viva ao nosso lado. Essa experiência, essa descoberta, pode ter uma dimensão pessoal; mas acontece, de forma privilegiada, em âmbito comunitário. Jesus, vivo e ressuscitado, está sempre presente “no meio” da comunidade quando os irmãos se reúnem em seu nome; é a referência fundamental desse grupo de irmãos e de irmãs que é a nossa comunidade cristã. Ele manifesta-se no encontro comunitário, no diálogo com os irmãos que partilham a mesma fé, na escuta comunitária da Palavra de Deus, no amor partilhado em gestos de fraternidade e de serviço. O que é que isto me diz? Tenho feito esta experiência da presença de Jesus, ressuscitado e cheio de vida, no caminho que vou percorrendo? Como é que a minha comunidade cristã me tem ajudado a fazer esta experiência?

A catequese de Lucas põe Jesus ressuscitado no meio dos discípulos, como centro vital da comunidade. Os discípulos estão reunidos à volta de Jesus, pois Ele é, para eles, a referência fundamental, a fonte de Vida onde todos vão beber. Qual é o centro vital, a referência fundamental nas nossas comunidades cristãs? Estamos todos voltados para Jesus, ou andamos distraídos com outras pessoas, outras figuras, outros temas, outros interesses, outras prioridades, outros valores?

In site dos Dehonianos