Dia Mundial do Ambiente 2025 | Combate à Poluição Plástica

Dia Mundial do Ambiente 2025 | Combate à Poluição Plástica

O Dia Mundial do Ambiente, a 5 de junho, celebra-se anualmente desde 1973 (há 52 anos) e tem sido uma das principais datas dedicadas à sensibilização e preservação do ambiente.

 

A ORIGEM E O OBJETIVO

A Conferência de Estocolmo promovida pelas Nações Unidas em junho de 1972, sob o mote “Uma Só Terra”, assinalou um ponto de viragem no desenvolvimento de políticas ambientais, ao colocar na agenda internacional a necessidade de preservar os recursos naturais e promover o diálogo entre os países participantes.  [1]

Em dezembro do mesmo ano, a Assembleia Geral designou a data de 5 de junho para a celebração do Dia Mundial do Meio Ambiente, como forma a incentivar os governos e as organizações que integram sistema da Organização das Nações Unidas (ONU), a realizarem anualmente nesse dia, atividades de sensibilização que espelhem as preocupações da comunidade internacional com a necessidade de preservação e melhoria do ambiente. [2]

 

OS TEMAS EM DESTAQUE

Mais do que uma comemoração, o Dia Mundial do Ambiente pretende ser uma chamada de atenção para os desafios ambientais. Todos os anos, as Nações Unidas centram a data num tema específico, como forma de aumentar a consciência para os problemas emergentes e alavancar a implementação de medidas concretas e a adoção de comportamentos mais sustentáveis. [3]

Em 2025, o Dia Mundial do Ambiente tem como foco o Combate à Poluição Plástica. A realizar na província de Jeju, na República da Coreia, a cerimónia pretende dar destaque às evidências científicas sobre os impactos da poluição e reforçando o compromisso global para recusar, reduzir, reutilizar, reciclar e repensar o uso de plásticos. [4]

Pelo seu comprovado impacto na saúde humana e na biodiversidade, o combate ao plástico já assumiu protagonismo nos temas de anos anteriores (2018 e 2023). Em todo o mundo, são produzidos anualmente cerca de 430 milhões de toneladas de produtos de plástico, metade dos quais são projetados para serem utilizados apenas uma vez, tornando-se resíduos. Estimativas apontam que acabem nos recursos hídricos (lagos, rios e mares), cerca de 11 milhões de toneladas, o equivalente ao peso de 2.200 torres Eiffel. [5]

Reduzir a poluição por plástico contribui simultaneamente para o alcance dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, designadamente os relacionados com a ação climática, produção e consumo sustentáveis, proteção dos mares e oceanos, reparação dos ecossistemas e preservação da biodiversidade. [6] [7] [8]

 

A REALIDADE EM PORTUGAL

Apesar de a aplicação de políticas ambientais em Portugal estar ligada à constituição da Comissão Nacional do Ambiente, em 1971, o Dia Mundial do Ambiente celebrou-se pela primeira vez apenas em 1974. [9] [10]

Mais recentemente, esta efeméride tem assumido maior destaque, em resultado de uma tomada de consciência dos cidadãos para as consequências de fenómenos extremos mais frequentes (tempestades, cheias, seca, incêndios florestais) e que se manifestam à escala planetária. [11] [12]

Apesar de se verificar um aumento da perceção dos riscos ambientais e uma maior mobilização dos cidadãos portugueses para a adoção de hábitos de consumo mais conscientes, existe ainda um longo caminho a percorrer.

Em 2025, Portugal atingiu o Dia da Sobrecarga do Planeta a 5 de maio. Este marco pretende representar o momento em que a procura de recursos e serviços ecológicos por parte da humanidade excede o que a Terra pode regenerar num ano, pelo que, se população mundial consumisse como os portugueses, seriam necessários 2,9 planetas para suprir as suas necessidades. [13]

Os resultados mostram que Portugal não tem capacidade de regenerar e fornecer os recursos naturais necessários às atividades de produção e de consumo desenvolvidas e apesar de os dados indicarem que o país apresenta um consumo ligeiramente menor que o registado no ano anterior, esta redução não é suficiente para compensar a revisão em alta das estimativas do impacto da ação humana no planeta. [13] [14]

 

10 FORMAS DE PROTEGER O PLANETA — O CONTRIBUTO DE TODOS 

Todos podemos contribuir com ações de proteção do ambiente. Para tal, seguem-se 10 formas de proteger o planeta e defender os interesses das futuras gerações.

  1. Reduzir o desperdício alimentar, planeando refeições e conservando os alimentos corretamente;
  2. Preferir alimentos locais e de época, como forma de reduzir a pegada associada ao seu transporte e armazenamento;
  3. Reduzir o consumo de água, utilizando redutores de caudal, fechando as torneiras durante as atividades diárias, aproveitando a água da chuva para rega, e recolhendo a água fria do banho (antes de aquecer) reaproveitando-a para outros fins;
  4. Reduzir o consumo energético, desligando as luzes e os aparelhos eletrónicos quando não estejam a ser utilizados, utilizando fichas e extensões com botões de corte de corrente e substituindo as lâmpadas convencionais por formatos LED;
  5. Utilizar transportes públicos coletivos, ou outros meios ligeiros partilhados como bicicletas e trotinetes, como forma se reduzir as emissões de CO₂;
  6. Promover a reparação de eletrodomésticos, roupa, móveis ou outros produtos, prolongando a sua vida útil;
  7. Escolher produtos de moda duráveis, produzidos por marcas que cumprem requisitos de sustentabilidade ou disponíveis em mercados de segunda mão, contrariando o fenómeno de fast fashion;
  8. Evitar o uso de produtos de plástico de utilização única, promovendo, sempre que possível, a adoção de soluções reutilizáveis (ex. sacos de compras, garrafas de bebidas, embalagens para alimentos);
  9. Promover o correto encaminhamento de resíduos para as infraestruturas de tratamento disponíveis, designadamente através da deposição de embalagens de papel/cartão, metal, plástico e vidro nos respetivos ecopontos e, sempre que existam soluções técnicas na área de residência, adotar medidas que permitam o desvio de resíduos orgânicos (biorresíduos) do contentor do lixo indiferenciado;
  10. Apoiar iniciativas de conservação, como campanhas de reflorestação ou projetos de biodiversidade, enquanto forma de contribuir para a mitigação das consequências da pressão da atividade humana no ambiente.

 

Por Catarina Silva

REFERÊNCIAS

[1] Nações Unidas | Dia Mundial do Ambiente, disponível em: https://www.un.org/en/observances/environment-day/background
[2] Assembleia Geral das Nações Unidas | Resolução A/RES/2994 (XXVII), disponível em: https://docs.un.org/A/RES/2994%20%28XXVII%29
[3] Dia Mundial do ambiente | Temas, disponível em: https://www.worldenvironmentday.global/pt-br/about/history
[4] Dia Mundial do ambiente | Anfitrião 2025, disponível em: https://www.worldenvironmentday.global/about/theme-host
[5] Nações Unidas | Combate à Poluição Plástica, disponível em: https://www.un.org/en/observances/environment-day
[6] Agência Portuguesa do Ambiente | Dia Mundial do Ambiente, disponível em: https://apambiente.pt/destaque2/dia-mundial-do-ambiente-2025
[7] Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente | Dia Mundial do Ambiente, disponível em: https://www.unep.org/news-and-stories/press-release/republic-korea-host-world-environment-day-2025-focus-ending-plastic
[8] Assembleia Geral das Nações Unidas | Objetivos Desenvolvimento Sustentável, disponível em: https://sdgs.un.org/goals
[9] Portaria do Diário do Governo | Criação da Comissão Nacional do Ambiente, disponível em: https://diariodarepublica.pt/dr/detalhe/portaria/316-643354
[10] Secretaria-Geral do Ambiente | Dia Mundial do Ambiente, disponível em: https://www.sgambiente.gov.pt/dia-mundial-do-ambiente-sob-o-mote-uma-so-terra/
[11] Comissão Europeia | Eurobarómetro – Alterações Climáticas, disponível em: https://europa.eu/eurobarometer/surveys/detail/2954
[12] Comissão Europeia | Eurobarómetro – Comportamento dos Europeus, disponível em: https://europa.eu/eurobarometer/surveys/detail/3173?etrans=pt
[13] Global Footprint Network | Dia da Sobrecarga dos Países, disponível em: https://overshoot.footprintnetwork.org/newsroom/country-overshoot-days/
[14] Global Footprint Network | Evolução 1971–2024, disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=GpozKNyWQWs&t=55s

Dia Europeu dos Parques | 24 de maio

Dia Europeu dos Parques | 24 de maio

O Dia Europeu dos Parques assinala-se anualmente a 24 de maio. Esta comemoração foi estabelecida em 1999 pela Federação EUROPARC (Federação da Natureza e Parques Nacionais da Europa), com o objetivo de celebrar a criação dos primeiros Parques Nacionais da Europa – um conjunto de nove parques criados na Suécia em 1909. O Dia Europeu dos Parques tem como mote para o ano 2025: Juntos pela Natureza!

A encíclica Laudato Si’, publicada pelo Papa Francisco em 2015, convida o homem contemporâneo a aproximar-se da natureza ao propor uma visão integral da ecologia, baseada no reconhecimento de que tudo está interligado — seres humanos, ambiente, economia e cultura. Inspirando-se no Cântico das Criaturas, de São Francisco de Assis, o Papa Francisco convida à contemplação da natureza como criação divina, portadora de valor intrínseco, e não apenas como um recurso a explorar.

Destacando a necessidade de uma “ecologia integral”, que une justiça social e responsabilidade ambiental, esta encíclica alerta os homens do século XXI para os efeitos das alterações climáticas, da poluição, da perda de biodiversidade e da cultura do descarte e chama à conversão ecológica — uma mudança nos estilos de vida, nos hábitos de consumo e nos modelos económicos. Uma conversão que é tanto pessoal quanto comunitária, apelando à escuta do “clamor da Terra e do clamor dos pobres”.

Um Parque nunca é só um parque

O tema do Dia Europeu dos Parques de 2025 — Juntos pela Natureza! — recorda que as Áreas Protegidas são mais do que apenas espaços delimitados num mapa: são sistemas vivos e prósperos onde tudo está interligado. Das plantas e dos animais que as acolhem até às pessoas que vivem, cuidam e moldam estas paisagens, todos têm um papel nesta “parceria da vida” partilhada.

A saúde destes lugares especiais não se limita às fronteiras das Áreas Protegidas. O que acontece para além dos seus limites influencia profundamente os ecossistemas que as envolvem. Então, como podemos trabalhar em conjunto para criar os melhores resultados para a natureza e para as pessoas, garantindo a resiliência das nossas Áreas Protegidas num mundo em mudança?

Conhecer um parque aqui tão perto — O Parque Natural de Sintra-Cascais: Património natural tão perto da Amadora

 

@ ICNF

@ ICNF

No Dia Europeu dos Parques, é essencial refletir sobre a importância da preservação das áreas protegidas e promover o contacto das comunidades urbanas com a natureza. O Parque Natural de Sintra-Cascais, com a sua beleza singular, biodiversidade e valor histórico-patrimonial, é uma oportunidade única para os residentes da Amadora redescobrirem a sua ligação ao meio natural. Além da curta distância entre a Amadora e este parque, que o torna tão acessível, há outros aspetos que o valorizam particularmente para a nossa comunidade.

Património natural e cultural diversificado

O Parque Natural de Sintra-Cascais combina floresta, serra, falésias, praias e aldeias históricas. Os visitantes podem usufruir de trilhos como o da Peninha, da zona costeira da Adraga, ou da emblemática Serra de Sintra. O parque abriga ainda locais como o Cabo da Roca, o ponto mais ocidental da Europa continental, e monumentos classificados como Património Mundial, como a Paisagem Cultural de Sintra: Palácio de Monserrate, Convento dos Capuchos, Castelo dos Mouros, Palácio da Pena, Palácio da Vila, entre outros.

Castelo dos Mouros — @ RFerreira (Abril 2022)

Palácio da Pena — @ RFerreira (Abril 2022)

Palácio da Vila e vista panorâmica — @ RFerreira (Abril 2022)

Bem-estar físico e mental

Num contexto urbano e dominado pelo asfalto e pelo cimento, como o da Amadora, apesar de algum esforço camarário na implantação de espaços verdes, a visita a este parque representa uma possibilidade de contacto com a natureza. Bem como atividades variadas como caminhadas, observação de aves, piqueniques ou meditação ao ar livre contribuem para a saúde mental e física, promovendo estilos de vida mais equilibrados.

Educação ambiental e cidadania ecológica

O parque oferece programas educativos e iniciativas de voluntariado ambiental que envolvem escolas, associações e famílias. Especialmente os mais jovens, podem participar em ações de reflorestação, limpeza de trilhos ou visitas guiadas, reforçando a consciência ecológica e o respeito pela biodiversidade.

Uma visita ao Parque Natural de Sintra-Cascais, um espaço de encontro entre o património natural e as necessidades humanas contemporâneas, será, certamente, como sublinhado na encíclica Laudato Si’, uma forma de redescobrir junto da natureza um sentido espiritual, ético e afetivo de cuidado pela “casa comum”, adotando práticas sustentáveis e reforçando a ligação com a natureza num mundo cada vez mais urbano.

Aceda aqui ao vídeo sobre o Dia Europeu dos Parques 2025.
Prepare aqui a sua visita ao Parque Natural Sintra-Cascais.
Para mais informações sobre o parque visite o ICNF.

 

Conhecido como o “Papa Verde”

Conhecido como o “Papa Verde”

“Como ficar indiferente perante problemas como as alterações climáticas, a desertificação, a degradação e perda de produtividade de vastas áreas agrícolas, a poluição de rios e aquíferos, a perda de biodiversidade, o aumento das condições climatéricas extremas e a destruição de florestas de áreas equatoriais e tropicais?”

Sabe quem disse?
Entre os ambientalistas, ficou conhecido como o “Papa Verde” e foram deveras tocantes e acutilantes os textos publicados durante o seu pontificado sobre a preservação do meio ambiente e da biodiversidade; as alterações climáticas e o direito a um ambiente saudável. Pediu, vezes sem conta, a todos os católicos que fossem “melhores administradores da criação de Deus” uma vez que, para a Igreja, a conservação do planeta para as futuras gerações é obrigação moral de todos, considerando a degradação da natureza um pecado nos tempos que correm.
O Santo Padre Bento XVI conseguiu tornar o Vaticano livre de emissões de carbono e ordenou a instalação de sistemas de energia fotovoltaica, transformando a sede da Igreja no Estado mais verde do mundo! Não poupou esforços no que concerne à aplicação de medidas e ações de sustentabilidade, e talvez a mais conhecida, visível, tenha sido a transformação do papamóvel numa viatura híbrida, sempre com escolta de batedores e seguranças em carros elétricos.
Deixo-vos aquela que é para mim, ambientalista convicta, a frase mais contundente de Bento XVI:

“Respeito pelo ser humano e respeito pela natureza são um só, mas ambos podem crescer e encontrar sua justa medida se respeitarmos no ser humano e na natureza o Criador e sua criação”