by Paróquia da Amadora | Out 19, 2024

O que é que determina o êxito ou o fracasso da nossa vida? Em que direção precisamos de caminhar para garantir que a nossa vida vale a pena? Sobre que valores devemos construir a nossa existência para que ela tenha pleno sentido? No Evangelho deste domingo temos a perspetiva de Jesus e a perspetiva dos discípulos quanto a estas questões. As duas posições são perfeitamente antagónicas. Para os discípulos, o êxito de uma vida passa por assegurar uma posição de poder e de domínio, de honras e de triunfos humanos, que permita a cada pessoa impor-se aos outros e concretizar a sua ambição. Para Jesus, no entanto, a vida só tem sentido se é gasta a servir, com humildade e simplicidade, até ao dom total de si próprio em favor dos outros (aliás, foi assim que Jesus viveu, desde o primeiro instante em que “construiu a sua tenda no meio de nós”). Que pensamos de cada uma destas posições? Com sinceridade: em qual destas duas mesas temos andado a apostar as nossas fichas? Em qual destes campos vislumbramos a nossa plena realização?
“Quem entre vós quiser tornar-se grande, será vosso servo, e quem quiser entre vós ser o primeiro, será escravo de todos” – diz Jesus. Aqui está uma estranha equação que, mesmo depois de dois mil anos de cristianismo, ainda não entra bem nos nossos cálculos e projetos de vida. Para Jesus, o êxito na vida passa simplesmente por servir humildemente e a fundo perdido quem necessita da nossa ajuda e do nosso cuidado. Que eco encontram estas palavras de Jesus na sociedade que temos vindo a construir? E nas nossas comunidades cristãs, como é que estas indicações de Jesus têm vindo a ser escutadas e vividas? Podemos dizer que a Igreja de Jesus tem testemunhado, de forma coerente, as indicações dadas a Tiago e João naquele caminho para Jerusalém? Que sentido é que fazem, à luz das palavras de Jesus, as nossas tentativas de nos impormos aos outros, as nossas ridículas guerras pelo poder ou pelo protagonismo, a nossa inqualificável apetência por honras e títulos honoríficos, as nossas ambições mesquinhas e rasteiras? Estamos disponíveis para servir quem necessita de nós, ou a nossa atitude é a de quem vive para ser servido, admirado e adulado? Como tratamos aqueles que caminham ao nosso lado – a família, os amigos, os empregados, os vizinhos – com sobranceria e agressividade, ou com respeito e amor?
In site dos Dehonianos
by Paróquia da Amadora | Out 12, 2024

A história do homem rico, que coloca o seu amor ao dinheiro à frente do seguimento de Jesus alerta-nos para a impossibilidade de conjugar a pertença à comunidade do Reino com o amor aos bens deste mundo. Quando a “doença do dinheiro” toma conta de nós, encerra-nos no nosso próprio mundo, leva-nos a ignorar os nossos irmãos e as suas necessidades, endurece o nosso coração, faz com que sejamos corrompidos pela cobiça, torna-nos aliados da injustiça e da exploração, faz-nos ceder à corrupção e à desonestidade. É, portanto, incompatível com o seguimento de Jesus. Podemos levar vidas religiosamente correctas, participar nos actos litúrgicos mais relevantes, ter até o nosso lugar de destaque na comunidade paroquial; mas, se o nosso coração vive obcecado com os bens deste mundo e fechado ao amor, à partilha, à solidariedade, não podemos fazer parte da comunidade do Reino (“é mais fácil passar um camelo pelo fundo de uma agulha do que um rico entrar no reino de Deus”). Como é a nossa relação com os bens materiais? Qual o lugar que os bens materiais ocupam na nossa vida?
In site dos Dehonianos
by Paróquia da Amadora | Out 5, 2024

O facto é que Moisés permitiu ao homem entregar à mulher um “certificado de divórcio”, que determinava o fim da relação. Porquê? De acordo com Jesus, foi para resolver o problema criado pela “dureza do coração” dos homens. O que é que isto significa? Quando um homem decidia abandonar a sua esposa (o que acontecia com frequência), colocava-a numa situação bastante perigosa. Se a mulher não tivesse um documento comprovativo da sua situação, continuava juridicamente ligada àquele homem; e, no caso de posteriormente se envolver noutra relação, era considerada adúltera. Corria o risco de ser lapidada, que era o castigo reservada às adúlteras. Necessitava, portanto, de um documento comprovativo de que era livre. Ao admitir que o homem entregasse à mulher um “certificado de divórcio”, Moisés não estava a banalizar o divórcio ou a dizer que o divórcio era uma coisa boa; estava apenas a fazer o possível para que a mulher
não ficasse numa situação sem saída.
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by Paróquia da Amadora | Set 28, 2024

A reacção dos discípulos diante daquele homem que “expulsava demónios” em nome de Jesus, revela ciúme, inveja, intolerância, fanatismo, intransigência, mesquinhez… Mas Jesus não cauciona a atitude dos discípulos. Quando intervém, deixa claro que não admite uma comunidade de discípulos fechada, exclusiva, apostada na defesa de interesses egoístas em detrimento do bem do ser humano, desconfiada em relação a tudo aquilo que está fora do espaço limitado em que o grupo se move, mais voltada para a proibição e a condenação do que para o acolhimento e a misericórdia, com tiques de autoritarismo e que se considera dona absoluta da verdade. Temos a posição de Jesus bem clara e definida? Como lidamos, enquanto Igreja de Jesus, com “o mundo”, essa realidade que nos desafia, que nem sempre nos entende, e que muitas vezes não concorda connosco? Posicionamo-nos decididamente contra o mundo, ou pretendemos aceitar o desafio de ser, no meio do mundo, “sal” que dá sabor e “luz” que ilumina e aquece?
In site dos Dehonianos
by Paróquia da Amadora | Set 21, 2024

O Evangelho deste domingo põe frente a frente dois sistemas de valores, duas formas radicalmente diferentes de encarar a existência. De um lado está Jesus e a sua forma de viver e de priorizar os valores que dão sentido à vida; do outro lado estão os discípulos, cujos interesses parecem ser opostos aos de Jesus. Jesus vive imbuído dos valores de Deus. Não está preocupado com o seu êxito pessoal; interessa-lhe apenas cumprir o projeto de Deus e mostrar aos homens como o caminho do amor e do serviço conduzem à Vida verdadeira, à felicidade sem fim. Para dizer isso aos homens, Jesus está mesmo disposto a dar a sua vida até ao extremo, até à última gota de sangue, na cruz. Mas os discípulos, escravos da “sabedoria do mundo”, acreditam piamente que a felicidade está nos bens materiais, no poder, nas honras, nos privilégios; e fazem “orelhas moucas”
quando Jesus os convida a segui-l’O nesse caminho que Ele vai percorrer, o caminho da vida dada por amor. Neste confronto de caminhos opostos, onde nos situamos?
In site dos Dehonianos
by Paróquia da Amadora | Set 14, 2024

“E vós, quem dizeis que Eu sou?” – perguntou Jesus diretamente aos seus discípulos nos arredores de Cesareia de Filipe. É uma pergunta decisiva, que deve ecoar, de forma constante, nos ouvidos e no coração dos discípulos de Jesus de todas as épocas. A nossa resposta a esta questão não pode ficar-se pela repetição papagueada de velhas fórmulas que aprendemos na catequese, ou pela reprodução impessoal de uma definição tirada de um qualquer tratado de teologia. A questão vai dirigida ao âmago do nosso ser e exige
uma tomada de posição pessoal, um pronunciamento sincero, sobre a forma como Jesus toca a nossa vida. A resposta a esta questão é o passo mais importante e decisivo na vida de cada crente. Quem é Jesus para nós? Que lugar ocupa Ele na nossa existência? Que valor damos às suas propostas? Que importância assumem os seus valores nas nossas opções de vida? Jesus é, para nós, a grande referência, o vetor à volta do qual o nosso
mundo se constrói? Ele é para nós, de facto, “caminho, verdade e vida”?
In site dos Dehonianos