by Paróquia da Amadora | Mar 1, 2025
Há um critério simples para definirmos se as indicações que recebemos dos “guias” ou dos “mestres” com os quais nos cruzamos está certa ou está errada, é aproveitável ou é perniciosa: a consonância com o Evangelho, com a proposta de Jesus. Jesus é o nosso verdadeiro “mestre”, o nosso verdadeiro “guia”. Uma indicação que tenha a marca de Jesus e que esteja em consonância com os valores que Jesus propunha, com as suas palavras e com os seus gestos, é uma indicação que nos faz bem, que nos abre as portas para uma vida plenamente realizada; uma indicação que vai contra o Evangelho e que vai contra o “estilo” de Jesus, é algo que não nos fará bem e que poderá atirar-nos para caminhos sem saída. O Evangelho de Jesus é, para nós, critério para definirmos os valores que abraçamos ou que abandonamos?
In site dos Dehonianos
by Paróquia da Amadora | Fev 23, 2025
Há vinte séculos que andamos a caminhar com Jesus. Há vinte séculos que andamos a escutar a sua proposta de um mundo mais humano e mais fraterno. Há vinte séculos que Jesus nos convida a colocar o amor no princípio, no meio e no fim de todas as nossas construções. Há vinte séculos que nos sentimos desafiados pelo seu mandamento de amar todos, sem exceção, incluindo os inimigos, os que nos odeiam, os que nos amaldiçoam, os que nos injuriam. Dizemo-nos “cristãos”, mas achamos que Jesus nos pede coisas impossíveis, impraticáveis e até mesmo perigosas. No fundo, não acreditamos em Jesus, não confiamos nas “soluções” que Ele propõe. Estamos convencidos de que as nossas soluções – que passam pela resposta musculada a quem pratica o mal, pela vingança contra aqueles que nos ofenderam, pelo castigo daqueles que praticam ações condenáveis, pela repressão daqueles que contestam as nossas certezas e seguranças – são as mais adequadas para tornar o mundo um lugar mais seguro, mais justo e mais feliz. Será assim? Onde nos têm levado as “soluções” que a nossa lógica humana considera mais eficazes? O mundo torna-se um lugar melhor quando respondemos à maldade com soluções de ódio e não com soluções de amor?
O que é que significa amar os nossos inimigos? Somos obrigados a ser amigos de quem nos faz mal? Jesus exigirá que nos demos bem com os violentos, os injustos, os que nos agridem sem motivo? Amor e simpatia são coisas diferentes. A afinidade, o afeto, a empatia, a inclinação, a atração, não são fruto de uma decisão consciente, mas são algo que surge espontaneamente entre duas pessoas que se querem bem. Quando Jesus nos convida a amar os inimigos, está a pedir outra coisa: está a pedir que não nos deixemos vencer pelo ódio e pelo desejo de vingança, que não cortemos as pontes do diálogo e do entendimento, que não nos recusemos definitivamente a acolher a pessoa que nos magoou, que não evitemos dar o primeiro passo para ir ao encontro de quem errou, que não neguemos à outra pessoa a possibilidade de sair da sua triste situação e de começar uma vida nova… Seremos capazes de tratar o nosso irmão que errou com humanidade, sem o condenar definitivamente?
In site dos Dehonianos
by Paróquia da Amadora | Fev 16, 2025
O texto das Bem-aventuranças iluminou a vida dos crentes, e também de não crentes. É difícil não se comover com estas palavras de Jesus, e é justo o desejo de as compreender e acolher cada vez mais plenamente. As Bem-aventuranças contêm o “bilhete de identidade” do cristão – este é o nosso bilhete de identidade – porque delineiam o rosto do próprio Jesus, o seu estilo de vida.
Papa Francisco
by Paróquia da Amadora | Fev 8, 2025
“O maior milagre realizado por Jesus para Simão e os outros pescadores desiludidos e cansados, não é tanto a rede cheia de peixes, mas tê-los ajudado a não cair vítimas da desilusão e do desânimo diante das derrotas. Abriu-os para se tornarem anunciadores e testemunhas da sua palavra e do reino de Deus. E a resposta dos discípulos foi imediata e total: ‘E, atracando as barcas à terra, deixaram tudo e seguiram-No’.”
Papa Francisco
by Paróquia da Amadora | Fev 2, 2025

Não é raro, no meio de tantas vicissitudes que marcam este século em que nos tocou viver, que nos sintamos desorientados e à deriva, como se a história do mundo e dos homens nos escapasse das mãos e não soubéssemos bem para onde devemos dirigir os nossos passos. Quem nos mostrará o terreno firme onde poderemos sentir-nos seguros? Quem nos guiará na viagem atribulada da história e da vida? Na Festa da “Apresentação do Senhor”, Jesus é-nos apresentado como “a salvação colocada ao alcance de todos os povos”, a “luz para se revelar às nações e a glória de Israel”, o messias com uma proposta de libertação para todos os homens. Que eco é que esta “apresentação” de Jesus encontra no nosso coração? Jesus é, de facto, a luz que ilumina as nossas vidas e que nos conduz nos caminhos do mundo? Ele é, para nós, o caminho certo e inquestionável para a salvação, para a vida verdadeira e plena? É nele que colocamos a nossa ânsia de libertação e de vida nova? Caminhamos atrás dele, certos de que o caminho que Ele propõe conduz à vida plena? Se tantos homens ignoram a “luz” libertadora que Jesus veio acender ou não se sentem interpelados pelo projeto de Jesus, a culpa não será, um pouco, do nosso imobilismo, da nossa instalação, do nosso “cinzentismo” na vivência da fé, da forma pouco entusiasta como damos testemunho?
Simeão e Ana, os dois anciãos que acolhem Jesus no Templo de Jerusalém, são pessoas atentas ao Deus libertador que vem ao seu encontro e que sabem ler os sinais de Deus naquele menino que chega. Não vivem centrados em futilidades, não “gastam o tempo” de vida que ainda têm em atividades inconsequentes, não aceitam viver instalados numa reforma dourado que os afasta do mundo e os dispensa de colaborar no projeto de Deus para o mundo e para os homens. Atentos à voz do Espírito, vivendo em diálogo contínuo com Deus, detetam a chegada de Deus e testemunham diante dos seus conterrâneos a presença salvadora e redentora de Deus no meio do seu Povo. São pessoas que cultivam a intimidade com Deus, que escutam Deus, que se esforçam por perceber as indicações de Deus e que são sinais vivos de Deus na vida daqueles que se cruzam com eles. Sabem que, enquanto caminharem na terra, são chamados a dar testemunho de Deus e do seu projeto salvador. Através deles a luz de Deus brilha no mundo e ilumina o mundo. É assim que nós vivemos também? Procuramos entender os sinais de Deus e sermos testemunhas ativas, no meio do mundo, de Deus e do seu projeto de salvação?
In site dos Dehonianos
by Paróquia da Amadora | Jan 26, 2025

Estamos mais do que habituados à apresentação de “programas”: qualquer figura que se proponha intervir na área pública e desempenhar um papel na construção do mundo e da sociedade apresenta, antes de começar a agir, os princípios programáticos que vão nortear a sua intervenção. De acordo com o Evangelho de Lucas, Jesus também o fez, numa manhã de sábado, na sinagoga de Nazaré. Contudo, o “programa” daquele profeta de Deus surpreende: não passa por estabelecer um sistema religioso mais perfeito, ou por implantar um culto mais digno, ou por propor determinadas práticas de piedade que tornam o homem mais santo; mas passa por pôr cobro a tudo aquilo que rouba a vida e a dignidade dos seres humanos. O profeta de Nazaré propõe-se anunciar aos pobres que Deus os ama e vai libertá-los da sua triste situação; propõe-se curar os homens e mulheres prisioneiros da doença, da maldade, do egoísmo, da injustiça; propõe-se iluminar os caminhos em que os homens andam, para que ninguém viva prisioneiro da escuridão e do sem-sentido; propõe-se fazer nascer um mundo mais humano, mais justo, mais feliz. Que pensamos do “programa” de Jesus? Será um “programa” viável no nosso “hoje”, no séc. XXI? Porque é que os homens e mulheres do nosso tempo ainda não abraçaram, de forma decisiva, a proposta de Jesus?
O “programa” de Jesus continua a ser o mesmo, dois mil anos depois. A questão é que, agora, é a Igreja de Jesus que tem a responsabilidade de implementar este “programa”. Isto de oferecer aos pobres uma nova esperança, de libertar os homens e mulheres que são prisioneiros da injustiça e da opressão, de proporcionar a todos uma vida mais digna e mais ditosa, de defender os excluídos pela sociedade de bem-estar, de acolher e integrar os “diferentes” e marginalizados, não é uma coisa de ideologias oriundas de uma certa área política, mas é uma coisa “de Jesus”. Ou a comunidade cristã tem a libertação dos “pobres” no seu “programa”, ou deixa de ser a Igreja de Jesus. A Igreja tem-se preocupado em anunciar o “evangelho da libertação”? Tem-se preocupado suficientemente com a sorte dos pobres, dos pequenos, dos excluídos, dos sem voz, dos abandonados, dos marginalizados, dos imigrantes que todos os dias batem à porta do nosso mundo egoísta e saciado? O que mais poderá a Igreja fazer para ser sinal, junto dos desfavorecidos e sofredores, da misericórdia e do amor de Deus?
In site dos Dehonianos