Opinião
28 Fevereiro 2015
A criação de “castas” nada tem de “autenticamente eclesial”. Nem é preciso conhecer a vida, os hábitos e os vícios acumulados ao longo da história. A mensagem de Francisco é clara. Mas as palavras do Papa não são apenas para os novos cardeais da Igreja, nem sequer apenas para os cristãos a quem ele se dirige em primeiro lugar. Estruturalmente conservador, Bergoglio retoma a lucidez de uma leitura de mundo e de tempo. Se uma corrente de pensamento, ideologia ou religião, não visa a relação e o encontro, cristaliza, encrista, segrega e vai contra a natureza humana. Faz eco a homilia do Papa na primeira missa que celebrou com os novos cardeais a 15 de fevereiro. Incisivo, à beira dos dois anos de pontificado, Francisco resume e apresenta todo um programa de vida baseado no princípio universal da compaixão. Se integrar é a atitude, o marginalizado é a procura permanente … >> continuar a ler
7 Fevereiro 2015
Fazem falta hippies de Deus que, com o testemunho da sua chamativa entrega e desprezo dos bens materiais, recordem a fugacidade do mundo e das suas enganosas seduções. Que diria de um jovem de boas famílias, um pouco afrancesado, que em plena cidade se despe totalmente, se cobre de andrajos, se retira para as ruínas de uma capela e fala com os animais, as plantas e até com os astros como se fossem seus irmãos? Pois bem, embora talvez o sentido comum obrigasse a considerá-lo louco, a Igreja declarou-o santo e pô-lo nos altares. Chama-se Francisco de Assis e milhares de homens e mulheres de todo o mundo o seguiram e seguem, fazendo própria a sua loucura de amar a Deus, os homens e a vida em total pobreza, desprezando as riquezas materiais, os poderes e as honras mundanas e, até, a sabedoria deste mundo. O Papa Francisco, jesuíta, que … >> continuar a ler
12 Janeiro 2015
Com que tom, sons e imagens preservaremos a memória? Que aprendizagem faremos dos cinco dias que precipitaram emoções e ergueram os silêncios do mundo? São dias de reflexão. De uma necessária reflexão multidisciplinar. Profunda, abrangente, transversal e não condicionada. O mundo fez a celebração planetária de uma dor lancinante. A liberdade ferida simbolicamente no coração. O novo ano nasceu para confundir o mundo. “O mundo que se move pela religião e o outro que não entende a religião” (OLR). Que será do “génio meigo e profundo” na “querida” Europa cantada por Fausto, a mesma Europa que foi palco das maiores atrocidades com o combustível da religião, mas soube cruzar também a razão com a fé naquele que será um dos seus maiores legados para a humanidade? 1. A responsabilidade é um dever. Com tudo o que isso pressupõe. Sem anular, atua etica e moralmente, sobretudo na liberdade de expressão. Sim, todos seremos Charlie no reconhecimento do direito à liberdade de expressão, … >> continuar a ler