Foi assim que, durante muito tempo, perguntei a vários amigos se iam ao jubileu dos jovens em Roma. Rapidamente percebi que estava a fazer a pergunta errada e sinto que muitos de nós ainda não percebemos. Pode parecer um pormenor linguístico ou uma mesquinhice vazia de sentido, mas não é! O jubileu é o ano inteiro. Estamos a viver um ano de graça, um ano extraordinário, que não devemos deixar passar ao lado. Certamente abrir-se-ão várias portas para muitos neste ano da esperança. E, por isso, fazemo-nos à estrada, como Peregrinos da Esperança.
Porém, parece que para muitos cristãos é apenas mais um ano. Para os judeus o ano jubilar era realmente especial e as suas ações transpareciam isso mesmo. Libertavam todos os escravos hebreus, devolviam as terras aos seus donos originais, deixavam a terra descansar e ainda perdoavam dívidas, promovendo um reinício económico e evitando a escravização por dívida.
E para nós cristãos? Que relevância tem o jubileu? Como é que nos preparamos para o Jubileu?
A nossa vida certamente muda porque vamos ao jubileu dos jovens em Roma. Mas resume-se a isso? Dores de costas numa viagem de autocarro e turismo em comunidade? Não. É muito mais!
Requer preparação, que começa em perceber ao que vamos. Vamos em peregrinação e não em turismo. Vamos encontrar-nos com tantos outros jovens de todo o mundo. Separados por língua, cultura e história, mas unidos por uma pessoa: Jesus – a personificação da Esperança.
Algo que considero fundamental é estar realmente atento. Ter uma atitude de escuta e procura. As duas são importantes e complementam-se. Se estiver à procura de Jesus e não escutar ou se estiver a escutar, mas não estiver à procura d’Ele, poucos serão os frutos da viagem. Para muitos, esta é uma missão impossível no dia a dia. Complica-se ainda mais num contexto diferente do habitual, onde há tanta coisa para descobrir. Muitas vezes preocupamo-nos por ir em busca do desconhecido e esquecemo-nos do bom que é Aquele que conhecemos.
Tendo isto em mente, cabe-nos agora ir ao encontro. Certamente existirão imprevistos e situações inesperadas que nos vão tirar da zona de conforto. Atrevo-me a dizer que será mais do que um encontro. Mexerá connosco, como um verdadeiro encontrão.
Por João Paulo Rodrigues