Dia Europeu dos Parques | 24 de maio

Dia Europeu dos Parques | 24 de maio

O Dia Europeu dos Parques assinala-se anualmente a 24 de maio. Esta comemoração foi estabelecida em 1999 pela Federação EUROPARC (Federação da Natureza e Parques Nacionais da Europa), com o objetivo de celebrar a criação dos primeiros Parques Nacionais da Europa – um conjunto de nove parques criados na Suécia em 1909. O Dia Europeu dos Parques tem como mote para o ano 2025: Juntos pela Natureza!

A encíclica Laudato Si’, publicada pelo Papa Francisco em 2015, convida o homem contemporâneo a aproximar-se da natureza ao propor uma visão integral da ecologia, baseada no reconhecimento de que tudo está interligado — seres humanos, ambiente, economia e cultura. Inspirando-se no Cântico das Criaturas, de São Francisco de Assis, o Papa Francisco convida à contemplação da natureza como criação divina, portadora de valor intrínseco, e não apenas como um recurso a explorar.

Destacando a necessidade de uma “ecologia integral”, que une justiça social e responsabilidade ambiental, esta encíclica alerta os homens do século XXI para os efeitos das alterações climáticas, da poluição, da perda de biodiversidade e da cultura do descarte e chama à conversão ecológica — uma mudança nos estilos de vida, nos hábitos de consumo e nos modelos económicos. Uma conversão que é tanto pessoal quanto comunitária, apelando à escuta do “clamor da Terra e do clamor dos pobres”.

Um Parque nunca é só um parque

O tema do Dia Europeu dos Parques de 2025 — Juntos pela Natureza! — recorda que as Áreas Protegidas são mais do que apenas espaços delimitados num mapa: são sistemas vivos e prósperos onde tudo está interligado. Das plantas e dos animais que as acolhem até às pessoas que vivem, cuidam e moldam estas paisagens, todos têm um papel nesta “parceria da vida” partilhada.

A saúde destes lugares especiais não se limita às fronteiras das Áreas Protegidas. O que acontece para além dos seus limites influencia profundamente os ecossistemas que as envolvem. Então, como podemos trabalhar em conjunto para criar os melhores resultados para a natureza e para as pessoas, garantindo a resiliência das nossas Áreas Protegidas num mundo em mudança?

Conhecer um parque aqui tão perto — O Parque Natural de Sintra-Cascais: Património natural tão perto da Amadora

 

@ ICNF

@ ICNF

No Dia Europeu dos Parques, é essencial refletir sobre a importância da preservação das áreas protegidas e promover o contacto das comunidades urbanas com a natureza. O Parque Natural de Sintra-Cascais, com a sua beleza singular, biodiversidade e valor histórico-patrimonial, é uma oportunidade única para os residentes da Amadora redescobrirem a sua ligação ao meio natural. Além da curta distância entre a Amadora e este parque, que o torna tão acessível, há outros aspetos que o valorizam particularmente para a nossa comunidade.

Património natural e cultural diversificado

O Parque Natural de Sintra-Cascais combina floresta, serra, falésias, praias e aldeias históricas. Os visitantes podem usufruir de trilhos como o da Peninha, da zona costeira da Adraga, ou da emblemática Serra de Sintra. O parque abriga ainda locais como o Cabo da Roca, o ponto mais ocidental da Europa continental, e monumentos classificados como Património Mundial, como a Paisagem Cultural de Sintra: Palácio de Monserrate, Convento dos Capuchos, Castelo dos Mouros, Palácio da Pena, Palácio da Vila, entre outros.

Castelo dos Mouros — @ RFerreira (Abril 2022)

Palácio da Pena — @ RFerreira (Abril 2022)

Palácio da Vila e vista panorâmica — @ RFerreira (Abril 2022)

Bem-estar físico e mental

Num contexto urbano e dominado pelo asfalto e pelo cimento, como o da Amadora, apesar de algum esforço camarário na implantação de espaços verdes, a visita a este parque representa uma possibilidade de contacto com a natureza. Bem como atividades variadas como caminhadas, observação de aves, piqueniques ou meditação ao ar livre contribuem para a saúde mental e física, promovendo estilos de vida mais equilibrados.

Educação ambiental e cidadania ecológica

O parque oferece programas educativos e iniciativas de voluntariado ambiental que envolvem escolas, associações e famílias. Especialmente os mais jovens, podem participar em ações de reflorestação, limpeza de trilhos ou visitas guiadas, reforçando a consciência ecológica e o respeito pela biodiversidade.

Uma visita ao Parque Natural de Sintra-Cascais, um espaço de encontro entre o património natural e as necessidades humanas contemporâneas, será, certamente, como sublinhado na encíclica Laudato Si’, uma forma de redescobrir junto da natureza um sentido espiritual, ético e afetivo de cuidado pela “casa comum”, adotando práticas sustentáveis e reforçando a ligação com a natureza num mundo cada vez mais urbano.

Aceda aqui ao vídeo sobre o Dia Europeu dos Parques 2025.
Prepare aqui a sua visita ao Parque Natural Sintra-Cascais.
Para mais informações sobre o parque visite o ICNF.

 

Síndrome do pensamento artificial – A doença do novo século

Síndrome do pensamento artificial – A doença do novo século

Quando ouvimos falar de Inteligência Artificial parece que voltámos à juventude de muitos e ao olhar com espanto os avanços do “Espaço 1999”. De facto, assistimos a uma (r)evolução rápida de tudo o que chamamos tecnologia. Metade de quem lê este artigo ainda se lembra da primeira televisão que teve em casa e de como a família se juntava à volta dela. A outra metade… vai achar isto tudo muito pré-histórico!

O facto é que a tecnologia está para ficar e todos temos de saber lidar com ela. A nova tendência mediática: falar sobre a inteligência artificial e o papão que ela parece ser… “Meu Deus! Vai ser a desgraça do mundo!” (e aqui a primeira referência a Deus!)

À pergunta de um grupo de alunos de 14 anos sobre a Inteligência Artificial e o que eu acho dela, respondi com a expressão do costume um bocadinho enviesada: “Se não a podes vencer, continua a usá-la!”

Sim, continua! A Inteligência Artificial já está presente em muitas situações da nossa vida: desde a utilização desenfreada do Waze, recomendações de conteúdo quando navegamos em redes sociais ou até mesmo os chatbots de atendimento (ligações para bancos ou comércio online). Muitos serviços de saúde, educação e até gestão pública estão imersos em processos ligados à Inteligência Artificial.

Mas o que tem isto a ver com Deus? Connosco, cristãos comprometidos na construção do reino de Deus na terra?

Desde o Concílio Vaticano II que a Igreja acolhe positivamente o progresso científico desde que esteja ao serviço da pessoa humana.

“As conquistas da inteligência humana são sinal de grandeza do espírito humano, dom de Deus, e devem ser ordenadas ao bem do Homem.” (Gaudium et Spes, n.º 33)

No entanto, o mesmo documento adverte que o uso da ciência e da técnica (onde podemos enquadrar completamente a utilização da Inteligência Artificial) exige responsabilidade ética, pois nem todo o avanço técnico é moralmente aceitável. E aqui está a ligação que vos quero deixar. Inteligência Artificial e Ética.

O nosso saudoso Papa Francisco alertava para os riscos de uma tecnologia sem alma: “A tecnologia separada da ética conduz a uma forma de poder que não respeita o homem” (Laudato Si’, n.º 136). Esta não utilização ética da tecnologia pode provocar a exclusão digital dos mais pobres, a manipulação dos dados e da verdade e a desumanização das relações sociais, só para registar algumas.

Uma das situações amplamente discutidas é o perigo da inteligência artificial se transformar em inteligência natural com capacidade de criar ligações que ultrapassem o limite do conhecimento e comecem a entrar no domínio do afetivo. Acredito que esta situação, apesar de não ser impensável, seja algo muito difícil de alcançar de momento, pois a Inteligência Artificial, apesar de simular o raciocínio humano, não possui consciência, vontade moral ou espiritualidade, pois só nós, o ser humano é “criado à imagem de Deus, é dotado de razão, liberdade e consciência moral” (Catecismo da Igreja Católica, n.º 1.705). Desta forma é e será sempre um erro atribuir valor moral ou espiritual a uma máquina.

E qual é o nosso papel de cristãos neste mundo tecnológico? Promover e debater este discernimento ético perante as novas tecnologias, ter uma consciência crítica no que vemos, lemos e ouvimos, tentar não excluir os menos favorecidos da utilização ética de toda a tecnologia e, acima de tudo, utilizar todos os contextos digitais para espalhar a verdadeira palavra e os valores do Evangelho, podem ser algumas formas de nos posicionarmos perante esta nova realidade.

Posso concluir que, para mim e à semelhança do que vou entendendo do percurso da Igreja Católica, o caminho é de equilíbrio: abraçar as oportunidades da Inteligência Artificial, não negligenciando os valores éticos e morais. O progresso técnico precisa de estar ao serviço da vida, da justiça e da paz e devemos todos contribuir para construir um futuro digital que respeite a dignidade de todos e promova o bem comum.

“A verdadeira sabedoria é fruto da reflexão, do diálogo e da busca da verdade com amor.”
Papa Francisco, Fratelli Tutti, n.º 47)

 

CJA | Via-sacra, 18 abril 2025

CJA | Via-sacra, 18 abril 2025

No passado dia 18 de abril, decorreu na Igreja Matriz da Amadora a Via-Sacra. Com meditações de Carina Tavares, Hugo Brito, Sandra Mourisco, Sara Mourisco e Rodrigo Martins, este momento de oração contou com a participação de toda a comunidade.
Foi um momento de reflexão sobre a importância do ambiente nas nossas vidas, sobre como devemos olhar para o que nos rodeia e cuidar da casa comum. Perto do dia da Terra, que se comemorou dia 22 de abril, torna-se imperativo dar a conhecer novas formas de cuidar deste planeta, uma criação única de Deus. Esta mensagem, também deixada pelo Papa Francisco na sua Carta Encíclica Laudato Si e vista como uma mensagem de alerta e de esperança, merece uma profunda reflexão por parte de todos, especialmente neste momento em que agradecemos profundamente pela graça do Pontificado do Papa Francisco.

 

Dia da Terra | 2025

Dia da Terra | 2025

“É muito nobre assumir o dever de cuidar da criação com pequenas ações diárias, e é maravilhoso que a educação seja capaz de motivar para elas até dar forma a um estilo de vida. A educação na responsabilidade ambiental pode incentivar vários comportamentos que têm incidência direta e importante no cuidado do meio ambiente, tais como evitar o uso de plástico e papel, reduzir o consumo de água, diferenciar o lixo, cozinhar apenas aquilo que razoavelmente se poderá comer, tratar com desvelo os outros seres vivos, servir-se dos transportes públicos ou partilhar o mesmo veículo com várias pessoas, plantar árvores, apagar as luzes desnecessárias… Tudo isto faz parte duma criatividade generosa e dignificante, que põe a descoberto o melhor do ser humano.”

“É necessário voltar a sentir que precisamos uns dos outros, que temos uma responsabilidade para com os outros e o mundo, que vale a pena ser bons e honestos. Vivemos já muito tempo na degradação moral, baldando-nos à ética, à bondade, à fé, à honestidade; chegou o momento de reconhecer que esta alegre superficialidade de pouco nos serviu. Uma tal destruição de todo o fundamento da vida social acaba por colocar-nos uns contra os outros na defesa dos próprios interesses, provoca o despertar de novas formas de violência e crueldade e impede o desenvolvimento duma verdadeira cultura do cuidado do meio ambiente.”

Papa Francisco
In Laudato Si