
Hoje celebra-se o Dia da Espiga
Em Portugal, o Dia da Espiga (celebrado na quinta-feira da Ascensão) é uma tradição profundamente enraizada na ligação à terra e aos ciclos da natureza, especialmente nas zonas rurais. Neste dia, é costume comprar ou oferecer um ramo — o ramo da espiga — que reúne vários elementos do campo, cada um com um significado simbólico:
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Espiga de trigo: simboliza o pão, o sustento e a abundância. |
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Malmequer: representa o ouro e a riqueza. |
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Papoila: evoca o amor e a vida. |
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Oliveira: traz a paz e a luz. |
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Videira: simboliza a alegria e o vinho. |
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Alecrim: significa saúde e força. |
Este ramo, tradicionalmente, é guardado em casa até ao ano seguinte, como sinal de proteção, esperança e gratidão pela fertilidade da terra.
Independentemente das convicções religiosas, o Dia da Espiga convida à contemplação da natureza, à gratidão pelos frutos do trabalho humano e à celebração dos ciclos da vida.
Como lembra o Papa Francisco na encíclica Laudato Si’ (2015):
«A contemplação da criação permite-nos descobrir, em cada coisa, um ensinamento que Deus nos quer transmitir, porque “para o crente, contemplar o mundo é ver nele um projeto de amor que nos precede e convoca”. […] O mundo é algo mais do que um problema a resolver; é um mistério jubiloso que contemplamos com jubilosa gratidão. […] São João da Cruz ensinava que tudo o que há de bom nas criaturas e de modo particular nas belezas do mundo, é como “uma carícia de Deus”.»