MAIS ALGUÉM QUER VIR?

MAIS ALGUÉM QUER VIR?

Sabes, Senhor? Ainda bem que partiste, que foste arrebatado para junto do Pai.
Assim, podes estar, simultaneamente, ao lado de cada um de nós.
Ocultas-te aos nossos olhos, mas experimentamos a tua presença e a tua cooperação.
Percebemos isso, quando pensamos, falamos e agimos à tua maneira;
quando vemos os outros, todos os outros, como Tu os vês;
quando usamos a linguagem do amor e da simplicidade, que todos compreendem;
quando conseguimos expulsar assombros e mesquinhices que agrilhoam a alma;
quando resistimos aos venenos da idolatria do dinheiro, do culto do egocentrismo,
do mundanismo espiritual, da exaltação do consumo, da avidez lânguida do poder;
quando somos curadores de outros, mesmo quando, nós próprios, estamos magoados;
quando Te testemunhamos “não só com palavras mas com a vida transfigurada por Ti”.
Ascendeste ao Céu, de onde vieste. Mas permaneces connosco, como prometeste.
Contigo, aceitamos ir pelo mundo inteiro “anunciar com ousadia, em voz alta,
e em todo o tempo e lugar, mesmo em contracorrente, a novidade do Evangelho”.
Estamos de partida.
Mais alguém quer vir?

P. Carlos Jorge, in VENTO NESTE CAMINHO DE PEDRAS,
de P. Carlos Jorge (textos), Carina Tavares e João Afonso (ilustrações)

Somos capazes de vencer os nossos medos?

Somos capazes de vencer os nossos medos?

A partida de Jesus, a sua entrada definitiva no mistério do Pai, marca uma etapa nova na história da salvação. Nesse dia começa o tempo da Igreja, o tempo em que a responsabilidade de testemunhar a salvação de Deus fica nas mãos dos discípulos. Eles acolheram o convite de Jesus, dispuseram-se a segui-l’O, ouviram as suas palavras, viram os seus gestos, aprenderam as suas lições, foram formados na sua “escola”. Conhecem o projeto de Jesus e adotaram-no como projeto de vida. É altura de se mostrarem adultos e responsáveis na vivência da fé. Não podem continuar “à boleia” de Jesus, à espera que Jesus faça tudo. Compete-lhes agora continuarem no mundo, com alegria, criatividade e compromisso, a obra libertadora e salvadora de Jesus. Sentimos esta responsabilidade? Somos capazes de vencer os nossos medos e hesitações, a preguiça e o comodismo, para nos assumirmos como testemunhas coerentes e comprometidas de Jesus e do seu projeto?

In site dos Dehonianos

Hoje celebra-se o Dia da Espiga

Hoje celebra-se o Dia da Espiga

Em Portugal, o Dia da Espiga (celebrado na quinta-feira da Ascensão) é uma tradição profundamente enraizada na ligação à terra e aos ciclos da natureza, especialmente nas zonas rurais. Neste dia, é costume comprar ou oferecer um ramo — o ramo da espiga — que reúne vários elementos do campo, cada um com um significado simbólico:

Espiga de trigo: simboliza o pão, o sustento e a abundância.
Malmequer: representa o ouro e a riqueza.
Papoila: evoca o amor e a vida.
Oliveira: traz a paz e a luz.
Videira: simboliza a alegria e o vinho.
Alecrim: significa saúde e força.

Este ramo, tradicionalmente, é guardado em casa até ao ano seguinte, como sinal de proteção, esperança e gratidão pela fertilidade da terra.

Independentemente das convicções religiosas, o Dia da Espiga convida à contemplação da natureza, à gratidão pelos frutos do trabalho humano e à celebração dos ciclos da vida.

Como lembra o Papa Francisco na encíclica Laudato Si’ (2015):

«A contemplação da criação permite-nos descobrir, em cada coisa, um ensinamento que Deus nos quer transmitir, porque “para o crente, contemplar o mundo é ver nele um projeto de amor que nos precede e convoca”. […] O mundo é algo mais do que um problema a resolver; é um mistério jubiloso que contemplamos com jubilosa gratidão. […] São João da Cruz ensinava que tudo o que há de bom nas criaturas e de modo particular nas belezas do mundo, é como “uma carícia de Deus”.»

A missão que Jesus confiou aos discípulos é uma missão universal

A missão que Jesus confiou aos discípulos é uma missão universal

A partida de Jesus, a sua entrada definitiva no mistério do Pai, marca uma etapa nova na história da salvação. Nesse dia começa o tempo da Igreja, o tempo em que a responsabilidade de testemunhar a salvação de Deus fica nas mãos dos discípulos de Jesus. Eles acolheram o convite de Jesus, dispuseram-se a segui-l’O, ouviram as suas palavras, viram os seus gestos, aprenderam as suas lições, foram formados na sua “escola”. Conhecem o projeto de Jesus e adotaram-no como projeto de vida. É altura de se mostrarem adultos e responsáveis na vivência da fé. Não podem continuar “à boleia” de Jesus, à espera que Jesus faça tudo. Compete-lhes agora continuarem no mundo, com alegria, criatividade e compromisso, a obra libertadora e salvadora de Jesus. Sentimos esta responsabilidade? Somos capazes de vencer os nossos medos e as nossas hesitações, a nossa preguiça e o nosso comodismo, para nos assumirmos como testemunhas coerentes e comprometidas de Jesus e do seu projeto?

No Evangelho segundo Marcos Jesus define a missão dos discípulos como pregar o Evangelho, combater o mal que oprime os homens, curar os doentes e dar Vida a todos aqueles que sofrem. É a mesma tarefa que Jesus cumpriu, por mandato do Pai. O nosso anúncio é uma “boa notícia” que liberta do medo e que acende a esperança? Anunciamos e testemunhamos o amor misericordioso de Deus? Estamos empenhados em combater a injustiça, a violência, o egoísmo, a indiferença, tudo aquilo que gera escravidão e opressão? Os doentes, os prisioneiros, os que a todo o momento veem pisados os seus direitos e a sua dignidade, os que vivem ignorados e abandonados, os que são privados do acesso à saúde e à educação, os que são “marcados” e excluídos por serem “diferentes”, podem contar com a nossa solidariedade ativa, com o nosso amor, com o nosso esforço para lhes levar Vida?

A missão que Jesus confiou aos discípulos é uma missão universal: as fronteiras, as raças, as diferenças culturais, as diferenças ideológicas, as diferenças de estatuto social, as marcas da vida, os “acidentes” pessoais que tornam cada pessoa única e diferente, não podem ser obstáculos para a presença da proposta libertadora de Jesus no mundo. Temos consciência de que Jesus nos envia a todas as pessoas, independentemente daquilo que as torna diferentes, “estranhas”, singulares? Nas nossas comunidades cristãs há lugar para todos, sejam quais forem as situações de vida ou as feridas que cada um carrega?

In site dos Dehonianos