by Cristiana Santos | Jul 11, 2025
O Município da Amadora foi criado a 11 de setembro de 1979, tendo sido anteriormente uma freguesia do Concelho de Oeiras.
Localizando-se na Área Metropolitana de Lisboa Norte (AMLN), tem uma área de 23,79 km2, com cerca de 171.454 habitantes. Atualmente, o Município da Amadora é constituído por seis freguesias: Águas Livres, Alfragide, Encosta do Sol, Falagueira-Venda Nova, Mina de Água e Venteira.
Sendo maioritariamente urbano, o concelho preserva vários espaços naturais, assim como uma rede hidrográfica, com linhas de água, de aproximadamente 50 km.
Nos séculos passados a Amadora era caraterizada por grandes campos de trigo ao seu redor e várias casas apalaçadas. Neste território, lavradores e padeiros abasteciam a capital, Lisboa, de produtos agrícolas e pão.
A Amadora tem uma história local, património e figuras importantes que contribuíram para o crescimento deste território.
Convidamo-lo a fazer uma viagem ao longo do tempo e a conhecer melhor a nossa cidade, descobrindo mais factos e curiosidades nos próximos artigos.

by Rui Ferreira | Jun 13, 2025
Na Nota Introdutória do livro Nos Passos de Santo António – Uma viagem medieval, o autor, Gonçalo Cadilhe, avisa, desde logo, o leitor:
“Este olhar sobre Santo António não é o de um devoto, nem o de um historiador, nem o de um antropólogo da religião. Este é o olhar de um viajante. De um companheiro de marcha que fez a mesma viagem ‘algum tempo’ depois.”
O livro oferece uma envolvente viagem literária e espiritual pela vida de um dos santos mais venerados do cristianismo: Santo António de Lisboa (fora de Portugal, mais conhecido como Santo António de Pádua). A obra, acessível e rica em pormenores históricos, combina elementos de biografia, espiritualidade e peregrinação com impressões de percurso do viajante do século XXI, seguindo as pegadas do santo desde o seu nascimento em Lisboa, até à sua morte em Pádua, passando por momentos decisivos da sua vida e missão, que incluíram Marrocos, Sicília, sul de França e diversas zonas de Itália.
Nascido em 1195, em Lisboa, no seio de uma família nobre, Fernando de Bulhões — nome de batismo de Santo António — mostrou desde jovem uma inclinação profunda para a vida religiosa. Ingressou, primeiro, nos Cónegos Regrantes de Santo Agostinho [1], no Mosteiro de São Vicente de Fora, em Lisboa, e, mais tarde, em Coimbra. No entanto, a sua vida sofreu uma viragem radical ao entrar para a recém-fundada Ordem dos Frades Menores [2], fundada por São Francisco de Assis, adotando então o nome António.
O livro sublinha esta transformação como um ponto de rutura espiritual e existencial. A decisão de abandonar a estabilidade dos Cónegos Regrantes e abraçar a pobreza radical dos franciscanos revela o compromisso profundo com o Evangelho e a missão apostólica. É neste momento que Santo António inicia verdadeiramente o percurso que o levará a tornar-se um dos maiores pregadores da cristandade.
A ligação entre Santo António e São Francisco de Assis [3] é um dos pilares centrais do livro. Embora os dois santos, segundo a tradição, só se tenham encontrado uma vez, o impacto espiritual de Francisco na vida de António foi determinante. Francisco representava o modelo de entrega, humildade e serviço que António procurava seguir. Através da Ordem Franciscana, Santo António encontrou um espaço para conjugar a vida de oração com a ação evangelizadora. O livro descreve como a eloquência, o conhecimento teológico e a profunda empatia com os mais desfavorecidos fizeram de António um pregador sem igual, que soube comunicar tanto com os simples como com os eruditos.
A obra acompanha o santo em viagens por Itália e França, sublinhando o seu papel na luta contra heresias que então marcavam a cristandade medieval e na defesa dos valores evangélicos, mas também mostra o lado humano e contemplativo da sua vida. Em Pádua, onde morreria, em 1231, deixou marcas profundas como defensor dos pobres, das mulheres maltratadas e das vítimas de injustiça social.
Conjugando o diário da sua viagem, que o leva a utilizar transportes apinhados de imigrantes, a percorrer caminhos a dois mil metros de altitude e a visitar ermos impressionantes, Gonçalo Cadilhe [4] recria a vida de Santo António e a atmosfera do início do século XIII (a Reconquista Cristã, o espírito das Cruzadas, os conflitos entre o Papa e o Imperador, a amizade com S. Francisco de Assis) e ajuda o leitor descobrir afinidades entre dois séculos, tão distantes, mas, por vezes, tão próximos, nas perplexidades que provocam.
Nos Passos de Santo António é, assim, mais do que uma simples biografia: é um convite a ir além da imagem trivial do “santo casamenteiro” e a redescobrir um itinerário espiritual marcado pela humildade, pela viagem como descoberta, pelo saber e pela compaixão. Ao destacar a sua ligação a São Francisco de Assis, o escritor-viajante constrói uma biografia humana, por vezes polémica, de uma vida inspirada no Evangelho e também ela inspiradora, mostrando como a vida de Santo António é inseparável do ideal franciscano de pobreza evangélica e fraternidade universal, de que o nosso mundo tanto carece.
Este livro deu origem a um documentário, produzido pela RTP, em 2017, que pode ser visto aqui:
https://www.rtp.pt/play/p3590/nos-passos-de-santo-antonio
[1] https://santoantonioolivais.pt/conegos-regrantes-de-santo-agostinho/
[2] https://ofm.org.pt/
[3] https://ofm.org.pt/franciscanos/sao-francisco-de-assis/
[4] https://goncalocadilhe.com/
by Carlos Sampaio | Jun 6, 2025
Com os feriados de junho à porta, muitos portugueses aproveitam para fazer uma escapadinha, seja dentro ou fora do país. Para que tudo corra pelo melhor, vale a pena preparar a viagem com alguma antecedência.
Aqui ficam algumas recomendações práticas a considerar.
- Saiba quais são os documentos obrigatórios para viajar para o destino que escolheu (e a sua validade), sendo necessário visto em alguns casos.
- Se vai viajar para o estrangeiro, verifique se os cartões de débito/crédito são aceites no país de destino.
- Compre atempadamente o bilhete de avião ou para qualquer outro meio de transporte; faça a reserva do hotel e garanta tudo o que lhe for necessário para a viagem.
- Verifique no portal das comunidades se o destino é seguro.
- Faça um seguro de viagem.
- Se for para um país da União Europeia, peça na Segurança Social (no portal ou num posto da entidade) o cartão europeu de seguro de doença.
- Informe-se sobre eventuais vacinas necessárias ou medicação aconselhada.
- Se toma medicação regularmente, não se esqueça de a levar consigo e também uma muda de roupa, para o caso da mala de porão se extraviar.
- Especialmente em viagens longas, leve umas meias de compressão. Viajará mais confortável!
- Tem alergias alimentares? Não se esqueça de avisar a companhia aérea e os hotéis.
- Evitar usar joias e objetos de valor. Podem ser uma tentação para os amigos do alheio…
- Antes de partir, saiba qual é o fuso horário do seu destino e avise os familiares mais próximos.
- Como é o clima, em termos de temperatura, chuva, humidade, na época em que vai viajar?
- Leve vestuário e calçado apropriado ao clima e às atividades previstas.
- Vai viajar para fora da Zona Euro? Sabe qual é a moeda do país?
- Em alguns países a corrente elétrica e as tomadas são diferentes das de Portugal. Informe-se e leve adaptadores.
- Quais são os prefixos/indicativos da origem e do destino para poder telefonar?
- Não se esqueça de anotar os números de telemóvel/telefone da agência, da seguradora, dos hotéis.
Por último, vá ao Portal das Comunidades consultar as recomendações específicas para o destino que escolheu.
Boas férias!
Por Carlos Sampaio
by Manuela Gonzaga | Mai 29, 2025
Em Portugal, o Dia da Espiga (celebrado na quinta-feira da Ascensão) é uma tradição profundamente enraizada na ligação à terra e aos ciclos da natureza, especialmente nas zonas rurais. Neste dia, é costume comprar ou oferecer um ramo — o ramo da espiga — que reúne vários elementos do campo, cada um com um significado simbólico:
 |
Espiga de trigo: simboliza o pão, o sustento e a abundância. |
 |
Malmequer: representa o ouro e a riqueza. |
 |
Papoila: evoca o amor e a vida. |
 |
Oliveira: traz a paz e a luz. |
 |
Videira: simboliza a alegria e o vinho. |
 |
Alecrim: significa saúde e força. |
Este ramo, tradicionalmente, é guardado em casa até ao ano seguinte, como sinal de proteção, esperança e gratidão pela fertilidade da terra.
Independentemente das convicções religiosas, o Dia da Espiga convida à contemplação da natureza, à gratidão pelos frutos do trabalho humano e à celebração dos ciclos da vida.
Como lembra o Papa Francisco na encíclica Laudato Si’ (2015):
«A contemplação da criação permite-nos descobrir, em cada coisa, um ensinamento que Deus nos quer transmitir, porque “para o crente, contemplar o mundo é ver nele um projeto de amor que nos precede e convoca”. […] O mundo é algo mais do que um problema a resolver; é um mistério jubiloso que contemplamos com jubilosa gratidão. […] São João da Cruz ensinava que tudo o que há de bom nas criaturas e de modo particular nas belezas do mundo, é como “uma carícia de Deus”.»
by Rui Ferreira | Mai 24, 2025
O Dia Europeu dos Parques assinala-se anualmente a 24 de maio. Esta comemoração foi estabelecida em 1999 pela Federação EUROPARC (Federação da Natureza e Parques Nacionais da Europa), com o objetivo de celebrar a criação dos primeiros Parques Nacionais da Europa – um conjunto de nove parques criados na Suécia em 1909. O Dia Europeu dos Parques tem como mote para o ano 2025: Juntos pela Natureza!
A encíclica Laudato Si’, publicada pelo Papa Francisco em 2015, convida o homem contemporâneo a aproximar-se da natureza ao propor uma visão integral da ecologia, baseada no reconhecimento de que tudo está interligado — seres humanos, ambiente, economia e cultura. Inspirando-se no Cântico das Criaturas, de São Francisco de Assis, o Papa Francisco convida à contemplação da natureza como criação divina, portadora de valor intrínseco, e não apenas como um recurso a explorar.
Destacando a necessidade de uma “ecologia integral”, que une justiça social e responsabilidade ambiental, esta encíclica alerta os homens do século XXI para os efeitos das alterações climáticas, da poluição, da perda de biodiversidade e da cultura do descarte e chama à conversão ecológica — uma mudança nos estilos de vida, nos hábitos de consumo e nos modelos económicos. Uma conversão que é tanto pessoal quanto comunitária, apelando à escuta do “clamor da Terra e do clamor dos pobres”.
Um Parque nunca é só um parque
O tema do Dia Europeu dos Parques de 2025 — Juntos pela Natureza! — recorda que as Áreas Protegidas são mais do que apenas espaços delimitados num mapa: são sistemas vivos e prósperos onde tudo está interligado. Das plantas e dos animais que as acolhem até às pessoas que vivem, cuidam e moldam estas paisagens, todos têm um papel nesta “parceria da vida” partilhada.
A saúde destes lugares especiais não se limita às fronteiras das Áreas Protegidas. O que acontece para além dos seus limites influencia profundamente os ecossistemas que as envolvem. Então, como podemos trabalhar em conjunto para criar os melhores resultados para a natureza e para as pessoas, garantindo a resiliência das nossas Áreas Protegidas num mundo em mudança?
Conhecer um parque aqui tão perto — O Parque Natural de Sintra-Cascais: Património natural tão perto da Amadora

@ ICNF

@ ICNF
No Dia Europeu dos Parques, é essencial refletir sobre a importância da preservação das áreas protegidas e promover o contacto das comunidades urbanas com a natureza. O Parque Natural de Sintra-Cascais, com a sua beleza singular, biodiversidade e valor histórico-patrimonial, é uma oportunidade única para os residentes da Amadora redescobrirem a sua ligação ao meio natural. Além da curta distância entre a Amadora e este parque, que o torna tão acessível, há outros aspetos que o valorizam particularmente para a nossa comunidade.
Património natural e cultural diversificado
O Parque Natural de Sintra-Cascais combina floresta, serra, falésias, praias e aldeias históricas. Os visitantes podem usufruir de trilhos como o da Peninha, da zona costeira da Adraga, ou da emblemática Serra de Sintra. O parque abriga ainda locais como o Cabo da Roca, o ponto mais ocidental da Europa continental, e monumentos classificados como Património Mundial, como a Paisagem Cultural de Sintra: Palácio de Monserrate, Convento dos Capuchos, Castelo dos Mouros, Palácio da Pena, Palácio da Vila, entre outros.

Castelo dos Mouros — @ RFerreira (Abril 2022)

Palácio da Pena — @ RFerreira (Abril 2022)

Palácio da Vila e vista panorâmica — @ RFerreira (Abril 2022)
Bem-estar físico e mental
Num contexto urbano e dominado pelo asfalto e pelo cimento, como o da Amadora, apesar de algum esforço camarário na implantação de espaços verdes, a visita a este parque representa uma possibilidade de contacto com a natureza. Bem como atividades variadas como caminhadas, observação de aves, piqueniques ou meditação ao ar livre contribuem para a saúde mental e física, promovendo estilos de vida mais equilibrados.
Educação ambiental e cidadania ecológica
O parque oferece programas educativos e iniciativas de voluntariado ambiental que envolvem escolas, associações e famílias. Especialmente os mais jovens, podem participar em ações de reflorestação, limpeza de trilhos ou visitas guiadas, reforçando a consciência ecológica e o respeito pela biodiversidade.
Uma visita ao Parque Natural de Sintra-Cascais, um espaço de encontro entre o património natural e as necessidades humanas contemporâneas, será, certamente, como sublinhado na encíclica Laudato Si’, uma forma de redescobrir junto da natureza um sentido espiritual, ético e afetivo de cuidado pela “casa comum”, adotando práticas sustentáveis e reforçando a ligação com a natureza num mundo cada vez mais urbano.
Aceda aqui ao vídeo sobre o Dia Europeu dos Parques 2025.
Prepare aqui a sua visita ao Parque Natural Sintra-Cascais.
Para mais informações sobre o parque visite o ICNF.
by Júlia Costa | Abr 23, 2025
Assinalar este dia é destacar a importância dos livros na educação e no progresso de uma sociedade. Porquê esta data, dia 23 de abril? Porque é Dia de São Jorge e neste dia – por adaptação de uma lenda de São Jorge e o Dragão, em honra a uma tradição antiga da Catalunha –, os cavaleiros ofereciam às suas damas uma rosa vermelha de São Jorge para, em troca, receberem um livro com o testemunho das aventuras do heroico cavaleiro São Jorge.

© JCosta
Pois bem, o meu heroico cavaleiro, de seu nome Papa Francisco, não me ofereceu uma rosa vermelha, fez o contrário, ofereceu-se-me em livro: Esperança – A Autobiografia, livro esse que se encontrava pousado em cima de um móvel lá de casa, numa espécie de fila de espera até que chegasse a vez de eu embarcar naquela viagem.
Ao chegar a casa no dia 21 de abril, depois do carrossel de emoções que fui vivendo e sentindo, após a notícia da sua partida, olhei para a capa do livro, vi o meu heroico cavaleiro a sorrir, como quem me chamava para se oferecer a que o lesse: não resisti àquele sorriso, ninguém consegue resistir-lhe.
A autobiografia do Papa Francisco revela-nos a sua trajetória de vida, as suas experiências, os desafios e a sua visão de esperança para o mundo. Nele partilha momentos importantes da infância na Argentina, do chamamento para a vida religiosa, do trabalho na Igreja e dos valores que o guiaram ao longo do caminho que foi percorrendo. Esta obra, tão oportuna, e tão deliciosa de ler porque está cheia de fotografias e de relatos em que utiliza os termos mamã e papá para falar carinhosamente da sua família, vem sussurrar-nos ao ouvido qual é a importância da esperança, do amor e da misericórdia na construção de uma sociedade mais justa e solidária. É uma leitura inspiradora que convida à reflexão sobre a fé e a esperança em tempos difíceis, num relato feito na primeira pessoa. Depois de o ler poderei emprestá-lo a quem o quiser ler e não o consiga comprar, basta que façam chegar email a pic.amadora@gmail.com, com nome e contacto.