O Dia Mundial da População, que hoje se assinala, é uma oportunidade para refletir sobre os desafios e as oportunidades ligadas ao crescimento, ao envelhecimento e à distribuição da população, quer ao nível mundial, quer europeu e português.
Em novembro de 2022, a população mundial ultrapassou 8 mil milhões de pessoas e continua a crescer, embora a um ritmo mais lento [¹]. Este crescimento é mais acentuado nos países da África Subsariana, por oposição a regiões como a Europa e partes da Ásia que enfrentam declínios populacionais [²].
Entre os principais desafios globais impostos pelo crescimento acelerado da população estão a pressão sobre os recursos naturais (de que a água é dos mais importantes), a urbanização desorganizada, as migrações forçadas e a necessidade de garantir educação, saúde e emprego, sobretudo para os jovens [¹][³].
Como é sabido, a Europa é hoje a região mais envelhecida do mundo, com uma idade média acima de 44 anos e taxas de fecundidade abaixo do nível de substituição (2,1 filhos/mulher) [⁴]. Em países como Portugal, Itália e Grécia registam-se reduções naturais da população, com mais mortes do que nascimentos [⁴][⁵].
Esta situação exige das autoridades executivas dos países políticas de natalidade, apoio às famílias, imigração qualificada e adaptação dos sistemas de saúde e de pensões [⁴].
Relativamente ao nosso país, em 2021, Portugal tinha cerca de 10,2 milhões de habitantes, com uma tendência decrescente [⁶]. A taxa de natalidade é baixa e os índices de envelhecimento por cá são dos maiores da Europa: cerca de 25% da população tem 65 anos ou mais [⁶][⁷].
Paralelamente, a imigração tem ajudado a travar o declínio populacional, embora ainda seja muito necessário investir na integração, na inclusão e na coesão social [⁷]. Prioridades nacionais incluem apoios à natalidade, fixação de jovens no interior, saúde e cuidados continuados para idosos [⁶][⁸].
Este dia convida-nos a refletir sobre o presente e o futuro das nossas comunidades. A população mundial continua a crescer, mas com grandes diferenças entre continentes. Na Europa e em Portugal, vivemos um envelhecimento acelerado que desafia a solidariedade entre gerações e exige novas políticas sociais.
Saibamos construir uma sociedade mais justa, acolhedora e sustentável para todos, em especial para os mais jovens e para os mais idosos.
Todos podemos ser alvo de mensagens fraudulentas a qualquer momento. Em primeiro lugar, deve verificar-se quem enviou o email e o respetivo endereço. Se tiver dúvidas sobre a fiabilidade do email, procure estes indícios suspeitos:
Erros ortográficos e gramaticais;
Linksque direcionem para um URL diferente do site oficial;
Anexos que não abrem ou com extensão diferente de “pdf”;
Ausência de assinatura ou da identificação da entidade no final;
Traduções incompletas.
O próprio conteúdo da mensagem pode ser um indício de que se trata de uma tentativa de phishing.
Por exemplo:
Ameaças alarmantes, como avisos de fecho de conta, notificações de transferências, processos judiciais estranhos, multas e encomendas desconhecidas;
Promessas de dinheiro fácil;
Propostas de negócios demasiado aliciantes;
Pedidos de donativos para organizações de caridade, após uma catástrofe noticiada nos meios de comunicação.
O vishingusa o contacto verbal para levar as pessoas a fazer coisas que elas acreditam serem vantajosas. A palavra vishing é a combinação das palavras “voice” e “phishing”.
Por isso, se receber alguma chamada a solicitar acesso remoto ao seu computador ou smartphone, desconfie de imediato.
Nestas chamadas, o atacante pode fazer-se passar, por exemplo, por colaborador de um banco, para confirmar transações suspeitas realizadas na conta bancária. Ao longo da conversa, pedem códigos de autorização para, supostamente, cancelar transações. Os bancos não enviam SMS com códigos de autorização para simular transações bancárias.
O que é o smishing?
Smishingé um tipo de ataque cibernético que usa mensagens de texto para enganar as pessoas e obter informações pessoais.
Os criminosos fazem-se passar por empresas, órgãos oficiais ou pessoas conhecidas. Usam técnicas de convencimento para induzir as vítimas a fornecer informações sigilosas, como números de cartão de crédito ou palavras-passe.
Os criminosos podem criar um sentido de urgência, por exemplo, alertando para um problema com a sua conta e podem também induzir as vítimas a instalar aplicações falsas.
Nas notícias, nas campanhas eleitorais, no café ou em conversas com os nossos amigos e conhecidos, muito se fala e se ouve falar das pessoas que não são portuguesas e vivem em Portugal. Todos vão dando a sua opinião sobre como devemos receber essas pessoas, que direitos devem ter e se são “dignos” de cá viverem. Por vezes, corremos o risco de considerar que os estrangeiros residentes em Portugal estão todos nas mesmas condições e, por isso, geram-se muitos mitos e preconceitos, ouvindo-se muitas vezes dizer: “Imigrantes, refugiados, traficantes, terroristas é tudo a mesma coisa.”
“São conceitos completamente diferentes. Os terroristas e traficantes são criminosos, os imigrantes são pessoas que se deslocam e se fixam em novos lugares, podendo fazê-lo pelas mais variadas razões, nomeadamente a procura de melhores condições de vida. Por sua vez, os refugiados são vítimas que precisam de proteção. Os requisitos que distinguem os refugiados de outras pessoas que se deslocam estão claramente descritos na Convenção de Genebra relativa ao Estatuto de Refugiado, de 1951” [1] e na legislação portuguesa, através da Lei n.º 27/2008, de 30/06, que já foi atualizada seis vezes, sendo a última atualização de 2023 (Lei n.º 53/2023, de 31/08).
Segundo aquela Lei, ser refugiado significa que a pessoa teve que abandonar o país onde vivia porque é perseguida ou é gravemente ameaçada de perseguição, por lutar a favor da democracia, da libertação social e nacional, da paz entre os povos, da liberdade e dos direitos da pessoa humana ou em virtude da sua raça, religião, nacionalidade, convicções políticas ou pertença a determinado grupo social. Muitas vezes, os refugiados enfrentam a morte, perseguições ou graves violações dos direitos humanos nos países de origem e só alguns conseguem sobreviver à fuga.
Qualquer estrangeiro que entre no nosso país nestas condições deverá efetuar o pedido de proteção internacional à Agência para a Integração Migrações e Asilo (AIMA) ou a qualquer outra autoridade policial.
O Conselho Português para os Refugiados, é uma Organização Não Governamental (ONG) que promove o asilo em Portugal através de apoio social, jurídico, desenvolvimento de projetos e Centros de Acolhimento, mas esta não é a única organização com esta missão e valores.
Aqui ficam alguns contactos para quem é refugiado, para quem quer ajudar alguém ou apenas contribuir para esta causa:
♦ Conselho Português para os Refugiados (https://cpr.pt/)
Quinta do Pombeiro, Casa Senhorial Norte Azinhaga do Pombeiro, s/n, Lisboa – +351 21 831 43 72 – geral@cpr.pt
♦ Centro Local de Apoio à Integração de Migrantes (CLAIM) – Gabinete na Associação Olho Vivo em Queluz
Centro Comercial de Queluz – Avenida António Ennes, n.º 31, 2.º Andar, Queluz (junto à Estação de Queluz/Belas) – +351 214 353 810 – olhovivo.claim.queluz@gmail.com
A 14 de junho todos os anos se celebra o Dia Mundial do Dador de Sangue. Com esta data pretende-se a agradecer a todos os dadores voluntários que ajudam a salvar vidas com o seu gesto solidário. Este dia é também uma oportunidade para sensibilizar a população e as autoridades para a necessidade contínua de dádivas regulares de sangue, essenciais para garantir a qualidade, a segurança e a disponibilidade deste recurso vital.
Porque é tão importante dar sangue?
As transfusões de sangue são fundamentais em muitas situações médicas – do apoio a mulheres com complicações durante a gravidez e o parto, ao tratamento de crianças com anemia severa, doentes com cancro, ou pessoas com doenças crónicas como talassemia, hemofilia ou problemas no sistema imunitário –, mas têm um papel crucial em situações de emergência, como acidentes graves e desastres naturais, entre outros.
Nos países em desenvolvimento, a necessidade de sangue é ainda mais urgente, porque não têm reservas seguras e suficientes e porque muitos doentes não têm acesso atempado às transfusões de que necessitam. Por isso, é essencial que exista um programa sustentável de dadores voluntários, com o envolvimento ativo da comunidade.
Como lembrou o Papa Francisco:
“Vós doais gratuitamente aos outros uma parte importante de vós mesmos, vosso sangue, e certamente conheceis a felicidade que advém do compartilhar.”
Papa Francisco
“E o próprio sangue, nas suas funções vitais, é um símbolo eloquente: não olha para a cor da pele, nem para a pertença étnica ou religiosa de quem o recebe, mas entra humildemente onde pode … para levar energia. É assim que age o amor.”
A campanha destaca o impacto transformador da doação de sangue e celebra o poder da solidariedade comunitária, com o slogan: “Dê Sangue, Dê Esperança: Juntos Salvamos Vidas.”
Um gesto simples, um impacto incalculável
Dar sangue é um ato rápido, seguro e solidário, que pode fazer a diferença entre a vida e a morte para alguém. Neste Dia Mundial do Dador de Sangue, agradeçamos a todos os que já dão sangue e desafiemos novos voluntários a juntarem-se a esta causa.
Leia também o testemunhodo Gonçalo Matos, dado de sangue desde 2018.
Fonte: Instituto Português do Sangue e da Transplantação
Em vésperas do Dia de Portugal, que anualmente assinalamos a 10 de junho, a Agência Ecclesia entrevistou o constitucionalista Jorge Bacelar Gouveia para falar sobre o Portugal atual e os desafios humanos que se lhe colocam.
A entrevista a Jorge Bacelar Gouveia foi emitida no programa 70×7 deste Domingo, 8 de junho, tendo ficado disponível no canal YouTube da Agência ECCLESIA.
Abaixo deixamos a transcrição do resumo da entrevista (publicada no site da agência dia 7 de junho) e deixamos-lhe o vídeo do programa.
Não perca nos próximos dias os testemunhos de paroquianos que vão viver o próximo dia de Portugal longe do País.
Transcrição do resumo da entrevista da Agência Ecclesia
O constitucionalista Jorge Bacelar Gouveia afirmou que as elites da sociedade portuguesa “estão bastante corrompidas”, disse que a imigração “de questão se tornou um problema” e que as Igrejas se deviam “sentir mais no espaço público”.
“Às vezes sinto que há uma certa contenção, há uma certa inibição do discurso das Igrejas, em particular da Igreja Católica, acho que se devia sentir mais no espaço público”, afirmou o professor de Direito em entrevista à Agência ECCLESIA.
Referindo-se ao discurso religioso na sociedade, Jorge Bacelar Gouveia referiu que “ou esse discurso existe, mas não é ouvido pela opinião pública, o que é mau, ou então ele não existe com a força e com a habilidade que devia ter”.
Talvez seja mais esta a segunda opção… E, portanto, penso que é necessário que a Igreja procure essa maior intervenção social, digamos aqui numa evangelização da opinião pública, ou de uma re-evangelização da opinião pública”.
Jorge Bacelar Gouveia lembra que a intervenção na sociedade “é um dever muito importante”, mas “não é fácil” porque “pressupõem dirigentes eclesiásticos com capacidade de comunicação, com carisma”
“Sabemos que as pessoas com carisma não abundam, mas é uma necessidade! E é necessário procurar os vários mercados da opinião pública para chegar lá com as várias mensagens boas que têm, que a doutrina católica pode dar às pessoas”, acrescentou.
Para o constitucionalista, que há cerca de um ano publicou a obra “Direito da Religião – Laicidade, Pluralismo e Cooperação nas relações Igreja-Estado”, é “sempre mal” quando um partido usa a religião “para fazer prevalecer os seus interesses ou para fazer captar o voto dos eleitores”.
“Não há um voto religioso, mas há um voto que deve considerar elementos de natureza religiosa”, indicou.
“A religião não pode ser usada como um fator para polarizar e instrumentalizar o voto. Mas ao mesmo tempo digo que as religiões têm a obrigação, têm o dever moral e até religioso de intervir na discussão política, têm todo o direito e até o dever de esclarecer os cidadãos sobre aquilo que os programas de partidos apresentam, e não digo dar instruções, mas dar conselhos aos seus fiéis sobre quais são os partidos que melhor correspondam aos seus programas”.
A entrevista a Jorge Bacelar Gouveia, que vai ser emitida este domingo no programa 70×7 (na RTP2, desta vez às 7h30), acontece no contexto do Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas, que se assinala a 10 de junho, e foi uma ocasião para o constitucionalista recordar os valores da portugalidade.
“Uma certa suavidade no trato, o acolhimento entre as pessoas, a pessoa sentir-se bem neste país, sentirmos que é a nossa casa, não sermos um país de ruturas, nem de conflitos, nem de graves contradições”, afirmou o professor de Direito sobre os valores que caraterizam a sociedade portuguesa.
O constitucionalista lembrou ainda que a identidade portuguesa “também se baseia no cristianismo”, que faz parte da “matriz de fundação do país”, com a consequente “absorção dos valores cristãos, no que respeita, por exemplo, ao casamento, no que respeita aquilo que é a família”.
Bacelar Gouveia disse que a imigração “é o tema da atualidade”, que “de questão se tornou um problema”, avaliado entre as limitações de Portugal nos seus recursos e a necessidade de “pessoas que venham de fora para ajudar o desenvolvimento”.
Para o professor de Direito, que considera um “erro enorme” a extinção do SEF, Portugal tem de “defender da predação e da escravatura” os imigrantes, muitas vezes sujeitos a “crimes de imigração”, como as redes de tráfico, acrescentando que quem chega a um país tem de “se conformar com os deveres de integração na própria sociedade e os deveres de não pôr em causa os valores coletivos que são aquela identidade que caracteriza Portugal”.
Na entrevista à Agência ECCLESIA, o professor catedrático referiu-se ainda às elites da sociedade portuguesa, “quer na política, quer na justiça, quer nas universidades”, considerando que “estão bastante corrompidas”.
Há uma grande mediocridade que eu sinto em muitas decisões profundamente ilegais, grosseiras, e essas pessoas não têm qualquer problema em praticar os atos mais ilegais que se possa imaginar, e isso é uma coisa que me choca”.
A respeito do ensino universitário, Jorge Bacelar Gouveia denunciou “uma progressiva fragilização da autoridade científica dos docentes e das elites, que estão a pensar sobretudo em ganhar mais alguns tostões, em ganhar mais alguns concursos na Fundação para a Ciência e a Tecnologia, ou viver a vida toda de subsídios internacionais, mas não estão muito preocupados em produzir valor”.
Já nos habituámos às campanhas de recolha de alimentos do Banco Alimentar nos meses de maio e dezembro, pelos supermercados de todo o país. Estas campanhas são as mais conhecidas e mediáticas, mas outras organizações, às vezes, também as fazem, como, por exemplo, a Cruz Vermelha Portuguesa.
O olhar do cidadão comum sobre este tipo de iniciativas varia. Há pessoas mais solidárias que, com vontade e ânimo, contribuem com o que podem. Outras, com alguma desconfiança, também oferecem alguns bens. Algumas, muito desconfiadas e até descrentes relativamente à finalidade dos alimentos, não dão nenhum contributo.
Afinal, o objetivo é garantir o direito à alimentação das pessoas mais carenciadas, que está contemplado no Artigo 25.º da Declaração Universal dos Direitos Humanos. Nem sempre este direito é garantido, mesmo para quem trabalha, já que em Portugal uma em cada dez pessoas que trabalham está em situação de pobreza[1].
A verdade é que ainda há muitas pessoas em Portugal que vivem em situação de pobreza, especialmente crianças e idosos. Em 2023, em Portugal, 17,8% de crianças e jovens, 14,4% de pessoas adultas e 21,1% de idosos viviam em situação de pobreza[2].
Em Portugal, uma pessoa que viva com menos de 632 €/mês está em risco de pobreza[3], ou seja, está privada das condições de acesso a uma vida digna.
São valores que nos devem fazer pensar!
Se precisa de ajuda ou conhece alguém que precise, atente nestas orientações:
Dirija-se à Junta de Freguesia da zona onde vive e peça o agendamento de um atendimento social
Junta de Freguesia da Venteira – Rua 1.º de Maio, n.º 39 A – 21 498 55 80 e 934943549 – geral@jfventeira.pt
Junta de Freguesia Mina de Água (Mina) – Avenida Movimento das Forças Armadas n.º 16 – 21 493 20 35 – geral@jf-minadeagua.pt
Junta de Freguesia Mina de Água (S. Brás) – Praceta Moinho da Boba, n.º 10 C e D – 21 498 69 80
Junta de Freguesia Mina de Água (Delegação Carenque) – Estrada das Águas Livres, n.º 168 A/B – 214 063 206
Consulte a página da Segurança Social (https://www.seg-social.pt/inicio) e pesquise informações sobre o Rendimento Social de Inserção (RSI)
Se gostava de ajudar, também aqui ficam algumas sugestões:
Campanha de recolha de alimentos pelo Banco Alimentar – nos próximos dias 31 de maio e 1 de junho (no LIDL da Venteira e Continente Bom Dia)
Sociedade de S. Vicente de Paulo (Vicentinos) na Amadora – Rua da Venteira, n.° 12 A (perto da igreja), de 2.ª a 6.ª das 14h às 18h
Consignar 1% do IRS a uma Instituição de Solidariedade Social, colocando o NIF quando estiver a preencher o IRS (não terá custos acrescidos)
__________________________________ [1] Fonte: PORDATA no âmbito do dia Internacional para a Erradicação da Pobreza em 2024 [2] Fonte: INE, ICOR 2022-2024 [3] Fonte: INE