Ser dador de sangue… bem, começou numa tarde após uma aula na universidade, quando a caminho do metro, um dos meus colegas de curso disse: “Vão andando, que eu vou ali dar sangue à biblioteca.” Ao que respondi: “Ah! Boa ideia, também vou.”
Não fazia grande ideia do que me esperava e não esperava o enorme (mas essencial!) questionário inicial, nem o tamanho da agulha que finalmente me espetaram no braço. Agulha essa que me disseram que era melhor olhar para o lado enquanto ma espetavam, mas que fiz questão de assistir com muita atenção, para garantir que não havia falhas. Depois foi só relaxar deitado numa maca e esperar 10 minutos.
Correu bem, não desmaiei, o lanche é sempre um bónus simpático e sei lá, posso estar a salvar a vida de alguém num futuro próximo.
Mais tarde, com o meu melhor amigo, tentei criar um movimento “Levar amigos a dar sangue”. O movimento consistia em convidar/incentivar/“coagir” outros amigos nossos a vir dar sangue quando se aproximava a nossa altura de poder voltar a dar sangue. Tenho tido um azar fenomenal, pois todos os que consegui convencer até hoje e que vão comigo, nunca chegam a poder dar sangue.
Até hoje, dezenas de dádivas depois, acho que nunca tive uma má experiência, fui sempre muito bem recebido e tratado.
Continuo a ter de olhar com muita atenção para a agulha, não vá a enfermeira espetar a agulha no sítio errado, embora receba sempre este comentário ligeiramente assustador, mas que claramente é dito como elogio, de que as minhas veias são muito fáceis de encontrar.
Para terminar, deixo o convite a todos os que possam dar sangue, que o façam!
Se estão com medo de falhar ou das agulhas, acreditem e desafiem os vossos medos!
Aos que vão adiando, marquem já!
Não nos custa nada e podemos estar a salvar uma vida, que amanhã pode ser a nossa e vamos gostar que alguém tenha tido a nossa coragem.
Por Gonçalo Matos