A vida fora de Portugal… no Canadá

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A vida fora de Portugal tem sido bastante agradável, já que eu consegui adaptar-me muito bem às diversas adversidades que normalmente se encontram quando se está fora do país. Pessoalmente, tenho facilidade em integrar-me em grande parte das sociedades e desta vez não foi exceção. O Canadá é um país muito inclusivo, com uma diversidade cultural vasta e que aceita todo o tipo de culturas. São poucas as vezes que se encontra alguém nativo de cá, pelo menos na cidade onde resido, e isso demonstra quão diferente a sociedade é.

No que toca na vivência da fé, confesso que foi muito difícil vivê-la, já que muitas das vezes caía no esquecimento de rezar ou mesmo pensar em algo relacionado com a religião. No entanto, todas as semanas pensava para mim mesmo, “estou mesmo a viver um sonho, algo que sempre quis fazer e que muita gente adoraria fazer. Resta-me agradecer a toda a gente que me apoiou e me ajudou a realizar este meu objetivo, pois somos todos dependentes um dos outros e sem ajuda externa não conseguimos alcançar o que quer que seja. O facto de estar aqui deve-se a ajuda de toda a gente que acreditou em mim e no meu potencial e agradeço do fundo do coração a todas essas pessoas”. Considero que estes pensamentos que tenho de vez em quando se podem considerar orações, pois são conversas que temos com Deus.

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Quanto ao que tenho mais saudades, certamente diria a comida, os amigos e a família. Dos últimos dois diria que é possível colmatar a saudade, porém, no que toca à comida, é muito mais difícil matar as saudades. No início, uma pessoa estranha o desconhecido, mas, ao mesmo tempo, tem coragem de ir descobrir o que não conhece. Depois de se habituar à diversidade de comida existente torna-se tudo mais fácil. Só não há é nada que iguale ou supere aquilo a que mais estamos habituados: a nossa casa. No fim, acaba tudo por ser algo que gira em torno da adaptação. Pode-se estar longe de casa, mas nada nem ninguém impede que se construa uma nova com a ajuda de pessoas que vêm de diferentes partes do mundo. Por se partilhar essa diferença, tornamo-nos todos iguais e essa união faz de nós família.

Por Nuno Paquete
(texto e fotos)