Nascida em Portugal numa família de Marias, claramente que a milésima geração desta família teria de ser Maria também! Cinco letras pesadíssimas e cada uma com a sua responsabilidade de fazer sentir à portadora deste nome quão importante é “Ser Maria”.
A verdade é que sempre quis ser Carlota. E é verdade também, ou pelo menos assim diz a minha mãe Maria Teresa, que quase o fui. Diz também minha mãe que sentiu que Carlota ou Maria Carlota não seria o ideal, sendo que cada vez que alguma Maria tem um segundo nome toda a gente opta por lhe chamar o outro que não é, claro está, Maria. Foi então que fiquei Maria. Simplesmente Maria. Sem segundo nome ou oportunidade para alcunhas. Foi pesado.
Todos sabem que a Margaridas chamamos “Megui” e que a Carolinas chamamos “Carol”, mas Maria não dá abébias. “Mary” is to english e a avó não consegue dizer. “Mari” é partilhado pelas Marianas e Maria merece título individual. “Riri” é estranho e faz-me comichão. E podíamos ficar aqui a falar sobre as mais diversas possibilidades de alcunhas, mas a verdade é que depois de tantos anos conformei-me com ser Maria. Simplesmente Maria. E com essa conformidade vem a consciência de que não sou simplesmente Maria. “Ser Maria” é ter a vontade de Mudar o mundo. “Ser Maria” é Amar intensamente. “Ser Maria” é Rir e sorrir. “Ser Maria” é Iluminar mesmo quando tudo parece ser noite. “Ser Maria” é acreditar.
E de repente “Ser Maria” já não parece fácil e banal. É pesado! Mas não em jeito de peso ou quilogramas, antes em linguagem corriqueira, pesado de “cool” sabem?
Hoje se me perguntarem o nome respondo sempre “Maria” e como sempre recebo um “Maria quê?”.
Sorrio.
“Simplesmente Maria.”