Terço na Rua | 21 maio | Parque Central

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No passado dia 21 de maio, o Parque Central da Amadora foi palco da iniciativa “Terço na Rua”, promovida pela Paróquia da Amadora ao longo do mês de maio. Esta ação comunitária reuniu pela terceira vez paroquianos e moradores locais para rezar o terço ao ar livre, num ambiente que confluiu oração, inspiradoras meditações e lindíssimos cânticos dedicados a Maria.

O Terço na Rua visa levar a oração para o espaço público, cultivando a espiritualidade e fortalecendo os laços entre os membros da comunidade.

A prática do terço, especialmente no mês de maio, mês dedicado a Maria, é uma tradição que remonta ao século XVII e é celebrada em várias paróquias portuguesas. No entanto, nos moldes em que o estamos a fazer, em que vamos para a rua, andamos por diversos pontos da cidade, reunimos tanta gente em locais improváveis à luz das velas, unidos em oração, será seguramente algo singular.

 

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É curioso constatar como há pessoas que passam, algumas provavelmente vindas do trabalho, eventualmente cansadas, de regresso a casa, outras simplesmente a dar o seu passeio noturno, e param, atentas, curiosas em relação ao que está ali a acontecer. Na maioria dos casos, acabam por timidamente se juntar a nós e ficam até ao fim. Não é extraordinário? Dei por mim a pensar que esta iniciativa se reveste de um certo caráter missionário. Uma Igreja em saída, uma Igreja peregrina, uma Igreja que se reúne para lá das paredes do edifício físico. Na verdade, a Igreja somos todos nós, como nos recorda S. Paulo na Primeira Carta aos Coríntios:

“Não sabeis vós que sois o templo de Deus […]?” (1 Co 3, 16)

“[…] porque o templo de Deus, que sois vós, é santo.” (1 Co 3, 17)

Curioso também o facto de, na passada quarta-feira, se ter assinalado precisamente um mês da partida do nosso querido e já tão saudoso Papa Francisco. Nós, ali, estávamos a honrar o seu legado e a sua memória, talvez sem nos apercebermos, ao responder ao seu repto:

“Eu não quero uma Igreja tranquila, eu quero uma Igreja missionária.”

Recordo também as palavras do Papa Francisco na sua última visita a Fátima:

“A pequena capela em que nos encontramos é como uma bela imagem da Igreja: acolhedora, sem portas. A Igreja não tem portas, para que todos possam entrar. E também aqui podemos insistir que todos podem entrar.
Porque esta é a casa da mãe e o coração de uma mãe está sempre aberto a todos os seus filhos.
Todos, todos, todos. Sem exclusão.”

Síntese magnífica do que, para o Papa Francisco, é, deve e tem de ser a Igreja:

“Todos, todos, todos!” “Sem exclusão!” “Sem portas!”

Termino, lançando a reflexão: não é verdadeiramente isto que estamos a fazer?

Por Fábio Silva

24/05/2025
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Etiquetas: terço

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