A presença depois da ausência

Imagem © Ilustração gerada por IA

Diz-se que se valoriza a presença depois da ausência… Foi o que experienciámos durante a semana santa, em que recebemos o nosso Santiago, após pouco mais de um mês de Erasmus na Europa.

Em família acolhemo-lo, quando as saudades já apertavam bem os corações de pais e de manos… é que não tarda volta para lá, para mais três meses de ausência…

As rotinas vão desenhando os nossos dias e acabamos por vivê-los numa azáfama que vai colorindo a correria em que vivemos. No entanto, aquele conforto, aquele olhar, aquela conversa, aquele momento partilhado dá sentido às nossas vidas de uma forma profunda e marcante.

Desta vez, descobrimos que a tocar viola e a cantar todos juntos sentimo-nos mais próximos e aprendemos a conhecer-nos ainda mais e melhor! Foram momentos muito intensos e muito agradáveis. Partilhas em família, não só de notas, acordes e vozes, mas também de preferências musicais e descoberta de estilos e sensibilidades…

E é tão bom partilhar assim as vidas uns dos outros!

Percebemos, uma vez mais, como os pequenos gestos do quotidiano podem ter um impacto profundo na nossa vivência familiar. Uma refeição partilhada, um passeio ao fim da tarde, ou até uma simples troca de olhares durante uma canção criam laços que se tornam alicerces da nossa fé e da nossa identidade como família cristã. Nesta Páscoa, ao celebrarmos a Ressurreição, sentimos também um renascer no seio da nossa casa — uma renovação da esperança, do amor e da união.

É nestes momentos que entendemos melhor o verdadeiro significado da presença: estar com o outro de corpo e alma, escutando, compreendendo, acolhendo. A ausência ensina-nos a valorizar, mas é a presença que edifica. Reforçámos também o nosso compromisso com os valores que nos unem: a partilha, a escuta, o perdão e a gratidão.

Que o nosso testemunho possa inspirar outras famílias da paróquia a viverem com mais intensidade os seus encontros, a fazerem da fé um pilar nas suas casas e a descobrirem, mesmo nas rotinas diárias, oportunidades de crescer em comunhão.

Porque, no fundo, ser família é isto: caminhar juntos, guiados pelo Amor maior que é Cristo.

03/05/2025
De família para família

Autor

  • Somos a Sofia e o Paulo, com uma história comum iniciada precisamente na Paróquia da Amadora, onde nos conhecemos em 1992. Na altura, com o jornal da Paróquia, trabalhámos juntos na direção do Partilhar, atividade que acabou por nos unir cada vez mais. A nossa vivência na comunidade juvenil foi forte e profunda: fomos catequistas, animadores de grupos de jovens, fizemos parte de coros (Rumo à Festa, Bombo da Corte) e muitos outros grupos (Fé e Vida, Jovens sem Fronteiras, Compromisso, Caminhar), incluindo o grupo de teatro Animateia. Casámos em 2003 e a vida afastou-nos da Amadora, mas nunca no-la tirou do nosso coração. Continuamos a dar testemunho do que levámos da Paróquia da Amadora, do Sr. Prior (Cónego Marim), do Padre Cabral, do Padre Vítor, do Padre Pedro, mas agora junto da Paróquia de Torres Vedras, junto à nossa atual residência. Somos pais felizes do Santiago, da Verónica e do Mateus, cuja alegria, sucessos e personalidades nos preenche o coração de gratidão.

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