No centro da mensagem de João Batista está o apelo à conversão, à mudança radical de vida. Como é que respondemos a esse apelo? Como o concretizamos? Trata-se de sentirmos um arrependimento vago pelo nosso egoísmo e pelas nossas opções erradas? Trata-se de pedirmos perdão a Deus pelas nossas faltas e de acalmarmos a nossa consciência com algumas orações ou práticas de piedade que “compensem” Deus pelo mal que fizemos? João Batista pede muito mais do que isso… Pede uma efetiva mudança de vida que produza “frutos de sincera conversão”. A nossa mudança tem de traduzir-se em “frutos bons”, em gestos diferentes, numa nova forma de viver e de atuar, em comportamentos mais humanos, mais altruístas, mais solidários, mais bondosos, mais misericordiosos. Neste tempo de advento, preparando-nos para acolher o Senhor que vem, estamos dispostos a uma mudança de vida que se traduza numa nova forma de encarar o mundo, de olhar para as pessoas com quem nos cruzamos, de acolher cada irmão e cada irmã que Deus coloca no nosso caminho?
Os meios de comunicação social fornecem-nos a cada momento informações sobre a forma como o nosso mundo se vai construindo. Conhecemos bem as violências, as injustiças, as maldades, as misérias, os abusos que, por todo o lado, deixam um rasto de desumanidade, de sofrimento e de morte. Estas informações inquietam-nos e desenvolvem em nós um certo sentimento de solidariedade para com os nossos irmãos que são vítimas das injustiças e das arbitrariedades que chegam ao nosso conhecimento. Sentimo-nos vagamente culpados; mas, ao mesmo tempo, sentimo-nos impotentes, incapazes de mudar o rumo da história e de pôr cobro a todo esse imenso cortejo de sofrimento que desfeia o mundo. Espontaneamente brota uma pergunta: “Que podemos fazer?” Já encontramos resposta para esta questão? Como poderemos contribuir para uma nova ordem, para um mundo mais justo, mais humano, mais fraterno?
In site dos Dehonianos